Sinal de celular ainda é raro em Riograndina

Moradores reclamam que só uma operadora de telefonia móvel funciona no distrito
terça-feira, 12 de julho de 2016
por Jornal A Voz da Serra
Segundo os moradores, esta torre localizada no centro do distrito não funciona. Operadora nega (Foto: Lúcio Cesar Pereira)
Segundo os moradores, esta torre localizada no centro do distrito não funciona. Operadora nega (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

Uma torre de celular estaria inativa há pelo menos quatro anos no distrito de Riograndina, zona rural de Nova Friburgo. A estrutura verde, instalada em um terreno na Rua Clarindo Rodrigues de Freitas, tornou-se um enorme elefante branco porque, segundo moradores, nunca entrou em operação na região onde apenas uma operadora presta o serviço de telefonia móvel com eficiência.

“A torre foi construída há bastante tempo pela [operadora] Nextel, mas nunca funcionou aqui em Riograndina. Na época, os moradores da rua ficaram preocupados com a obra porque ouviram comentários de que a estrutura emitiria algum tipo de radiação que provocaria doenças, como o câncer. Não sei se foi por isso que a torre nunca funcionou”, disse o aposentado José Macedo.

Não há evidencias científicas de que as torres de telefonia provoquem algum tipo de enfermidade em seres vivos. A radiofrequência emitida por elas é muito menor do que a que recebemos diariamente dos próprios celulares. Um dia inteiro de exposição às torres seria o equivalente a apenas 30 minutos de conversa no aparelho, por exemplo. Enquanto o assunto continua em estudo, moradores reclamam que somente uma operadora funciona em Riograndina. 

“Eu tenho um celular com chip da Vivo porque é a única operadora que tem sinal aqui no centro do distrito. O sinais das outras operadoras, Tim, Claro e Oi, às vezes aparecem nas partes mais altas, mas é um problema para quem vem de fora e não sabe disso. A gente é obrigado a ter o celular da Vivo na região”, explicou a estudante Letícia Noronha.

Apesar de propagandas da Vivo predominarem nas paredes de comércios da região, usuários das outras três principais operadoras de telefonia móvel do país conseguem comprar chips e créditos em lojas, mercearias e farmácias do distrito. 

“A falta do sinal de celular ainda é um problema antigo em Riograndina. A gente dependia dos orelhões, que não funcionam mais, ou telefone fixo para ligar para fornecedores e outras pessoas. Depois de muita cobrança, conseguimos que as autoridades trouxessem uma operadora para cá. Mas ainda é pouco, porque acho que temos o direito de poder escolher qual operadora queremos ser cliente”, reclama o comerciante José de Souza. 

A torre da Vivo também foi instalada há pouco mais de quatro anos na Rua Hermínia Santos Silva, mas demorou entrar em funcionamento no distrito. A estrutura é menor que a torre da Nextel e entrou em operação depois da pressão da Associação de Moradores e Amigos de Riograndina (Amar), com o apoio de vereadores da Câmara Municipal. Sobre a operadora. A VOZ DA SERRA tentou esclarecer melhor a história com um representante da Amar, mas as ligações caíram na caixa postal. 

O jornal também entrou em contato com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para esclarecer porque somente uma operadora atende à região e também para explicar a política de ampliação da telefonia móvel para as zonas rurais de Nova Friburgo, mas o órgão não respondeu ao jornal até o fim da tarde desta terça-feira, 12.  

A Nextel, responsável pela torre de celular na Rua Clarindo Rodrigues de Freitas, negou que o equipamento está inativo.”A torre está em pleno funcionamento e não apresenta quaisquer problemas de transmissão. A empresa reforça que prioriza em sua estratégia de negócio a qualidade na prestação de serviços e o respeito ao consumidor”, diz a nota.

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