Eram 11h desta terça-feira, 29, quando as sirenes de alerta foram acionadas pela Defesa Civil em 13 localidades diferentes, para o simulado do Dia Estadual de Redução de Riscos e Desastres. Dentre os locais onde aconteceram os treinamentos estava o loteamento conhecido como Tauru, no bairro Jardinlândia, distrito de Conselheiro Paulino. A região foi uma das severamente afetadas pela tragédia de 2011, onde mais de 25 casas foram destruídas por deslizamentos de encostas, vitimando cerca de 40 pessoas.
Apesar dos sinais sonoros e dos constantes avisos de que era preciso se dirigir a um ponto de apoio, apenas uma moradora da localidade seguiu as orientações da Defesa Civil.
“Recebi o aviso do simulado pelo sistema de SMS da Defesa Civil. Já conheço as orientações e o ponto de apoio, mas resolvi vir porque acho que cada um deve fazer a sua parte. Infelizmente, os políticos não fazem o seu papel, mas a população também segue o mesmo caminho. Na época da tragédia criamos uma associação de moradores e desde aquela época já era difícil conscientizar as pessoas”, afirmou a moradora Fiorella Maurer, acrescentando “não concordar que, cinco anos depois, o ponto de apoio continue sendo em um galpão que não dispõe de infraestrutura suficiente, pois só há a cobertura do teto e as laterais ficam todas abertas. Além disso, o galpão está em um lugar perigoso. Mesmo assim, não deixo de participar dos treinamentos”, garantiu a moradora.
De acordo com o secretário municipal de Defesa Civil, coronel João Paulo Mori, a pouca participação popular foi registrada em todas as áreas de risco onde houve o simulado ontem. “Tivemos a participação do Corpo de Bombeiros, Marinha e voluntários, mas, infelizmente, tivemos baixa adesão de moradores. De qualquer forma, fizemos o nosso trabalho de orientação e distribuição de panfletos informativos nas residências e treinamos nossos agentes”, disse ele.
“Participei de um simulado apenas. Já sei onde fica o ponto de apoio e moro na parte alta do Jardilândia, uma área mais segura”, afirmou um comerciante ao ser perguntado sobre o porquê de não participar do treinamento.
Sobre o ponto de apoio no Tauru, Mori explicou que o galpão foi o único lugar encontrado, o mais próximo da comunidade e considerado seguro. “É difícil encontrarmos locais em que os proprietários permitem que se estabeleça um ponto de apoio. No bairro Vilage, por exemplo, temos uma situação parecida. O único local que conseguimos foi o Fórum, na Avenida Euterpe Friburguense”, disse.
Nesta terça-feira, 29, as sirenes de alerta tocaram durante 30 minutos. No bairro Vilage, um dos equipamentos apresentou falha, mas o defeito foi sanado rapidamente. No próximo dia 13 de dezembro a Defesa Civil vai realizar um novo simulado. Desta vez, o treinamento ocorrerá em outras 13 localidades: Alto de Olaria, Alto de Olaria Barroso, Campo do Coelho, Catarcione, Chácara do Paraíso, Vale do Paraíso, Cordoeira, Córrego D’antas, Granja Spinelli, Prainha, Santa Bernadete, São Geraldo e Tingly.
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