Sepultado corpo de friburguense de 21 anos morto por febre amarela

Velório e enterro aconteceram em Riograndina. Cidade ainda tem 4 casos suspeitos da doença
terça-feira, 23 de janeiro de 2018
por Karine Knust
Sepultado corpo de friburguense de 21 anos morto por febre amarela

Foi sepultado nesta terça-feira, 23, o corpo do jovem diagnosticado com febre amarela em Nova Friburgo. Marlon Dutra, de 21 anos, passou pelo Hospital Raul Sertã na segunda-feira, 15, antes de ser levado para o Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz, no Rio de Janeiro, na terça-feira, 16. A confirmação da doença veio na última quinta-feira, 18, quatro dias antes da morte. Na noite desta segunda-feira, 22, a Secretaria estadual de Saúde confirmou que o falecimento do rapaz morador de Riograndina foi, de fato, em decorrência da doença.

Até agora, outros quatro casos atendidos em Nova Friburgo permanecem sendo investigados pela Fiocruz. Três deles são de moradores dos municípios de Sumidouro e Duas Barras atendidos aqui na cidade e outro é de um jovem de 19 anos morador do Cônego. Todos permanecem hospitalizados e estáveis, afirma a secretaria municipal de Saúde.

Nesta terça-feira, 22, a família de Marlon teria afirmado à equipe de reportagem da InterTv durante o velório que o rapaz, praticante de trilhas, teria se negado a tomar a dose da vacina contra a febre amarela. Por não ter histórico de viagens recentes, o indicativo é de que o jovem tenha adquirido a doença aqui mesmo em Nova Friburgo.

De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado, sete pessoas já morreram de febre amarela no Estado do Rio. Três dos casos foram registrados aqui na Região Serrana.

Distribuição de repelentes

No último fim de semana, a Cruz Vermelha realizou uma ação de prevenção nos bairros de São Geraldo, Amparo, Maria Teresa e Lumiar. Foram distribuídos 305 vidros de repelentes para famílias dessas localidades. Segundo o coordenador do órgão, Luiz Claudio Rosa, cerca de 40 voluntários participaram da ação. Ao longo da semana, 520 famílias já foram atendidas. Ainda de acordo com Luis Cláudio, também foram distribuídos panfletos informativos sobre os riscos da doença.

Na programação, ainda está prevista a visitação da localidade de Vieira, divisa entre Teresópolis e Nova Friburgo. O objetivo, segundo o coordenador, é criar um cinturão de prevenção contra a febre amarela.

Vacinação

Além da campanha de vacinação itinerante no 3º distrito durante esta semana. No sábado, 27, a secretaria de Saúde ainda promove o Dia D de vacinação contra a febre amarela. A campanha vai acontecer em todas as unidades de saúde do município, incluindo o Posto de Atendimento do Terra Nova, das 9h às 16h, além da sede da subsecretaria de Vigilância em Saúde, na Rua Augusto Cardoso, Centro. Mas, até lá, quem ainda não se vacinou e já quiser garantir a imunização, os cinco maiores postos de saúde do município permanecem disponibilizando as doses.

De acordo com o último levantamento da Secretaria Municipal de Saúde, de 2017 até agora cerca de 120 mil pessoas já foram vacinadas contra a doença.

Macacos: tão vítimas quanto os humanos

Desde que a febre amarela ganhou repercussão nacional e voltou a alarmar a população, muitos macacos têm sido encontrados mortos. E isso não se deve apenas a doença, na maioria dos casos inclusive, os animais têm morrido por intervenção humana. De acordo com um levantamento divulgado nesta terça-feira, 23, só neste mês 90 primatas morreram no estado do Rio. Na última segunda-feira, 22, 18 macacos foram encontrados mortos no Rio por envenenamento e agressões.

É importante esclarecer que o macaco não é o transmissor da febre amarela e tampouco culpado pela doença. Por ser uma das vítimas, ele, inclusive, é muito importante para o monitoramento da febre amarela por sinalizar que algo está acontecendo. “Se alguém encontrar um macaco morto seja em reserva ou próximo a domicílios, é preciso comunicar o caso a Vigilância Ambiental, que vai ao local para remover esse animal e levar para análise para saber as causas da morte”, orienta a subsecretaria de Vigilância em Saúde, Fabíola Braz Penna. O telefone da Vigilância Ambiental é (22) 2543-6293.

 

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