Sem eleições para nova diretoria, Afape fecha as portas novamente

​“Não podemos atuar sem um representante legal”, afirma funcionária da instituição
quarta-feira, 26 de abril de 2017
por Dayane Emrich
Afape, na Via Expressa (Foto: Google)
Afape, na Via Expressa (Foto: Google)

A Associação Friburguense de Amigos e Pais do Educando (Afape) está de portas fechadas desde a última terça-feira, 25. O motivo para a paralisação do atendimento ao público foi o cancelamento das eleições para a nova diretoria e a espera por uma decisão do Ministério Público — desde o último dia 15, foi dada entrada a um pedido para que uma comissão de funcionários passe a administrar a instituição temporariamente. Ontem, quarta-feira, 26, cerca de 22 funcionários estiveram na instituição, mas realizaram apenas serviços internos.

De acordo com a diretora escolar, Ivanilda Maria de Lima, a decisão pela paralisação no atendimento foi  tomada pelos próprios funcionários. “Nós fizemos uma reunião na tarde da última segunda-feira, 24, e decidimos que não podemos atuar sem um representante legal. Não temos documentos para funcionar e não temos uma figura que responda pela gente”, afirmou acrescentando que “até que o poder público nos dê um posicionamento, faremos os serviços internos. Hoje [quarta-feira], por exemplo, viemos receber  a doação de alimentos, que chega toda semana. São serviços que não podemos deixar de realizar  mas, por conta da responsabilidade com pais e alunos, não atenderemos ao público. Se acontecer algo com alguma criança aqui dentro, não temos um representante. É complicado”, exclamou ela.

Ainda de acordo com Ivanilda, o município já realizou os repasses à instituição, mas os salários dos últimos cinco meses continuam atrasados. “Quero deixar claro que não estamos de portas fechadas por causa dos atrasos com os salários, pois se fosse este o motivo, já teríamos paralisado os trabalhos. O problema é que, agora, mesmo com o dinheiro em caixa, não existe alguém para assinar os documentos e permitir que nosso pagamento seja feito. Muitos de nós não têm mais dinheiro para pagar o ônibus de vinda e volta para casa ou por gasolina no carro”, destacou.  

A equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA tentou contato com o Ministério Público para obter informações sobre o andamento do processo, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.

Entenda o caso

A polêmica envolvendo a Afape teve início no último dia 13, quando seriam realizadas as eleições para o novo conselho administrativo. Na ocasião, houve um desentendimento entre representantes das duas chapas concorrentes — o presidente da Chapa 1, Jorge Wilson (ex-presidente da instituição); e o presidente da Chapa 2, Iomar Pinheiro Penza Filho.

No dia e horário do pleito, Jorge Wilson cancelou as eleições, alegando irregularidades na candidatura da Chapa 2. Segundo ele, só podem ser candidatos ao conselho administrativo da Afape associados, beneméritos, benfeitores, honorários, contribuintes e/ou correspondentes — o que, de acordo com Jorge, não era o caso de Iomar.

O representante da Chapa 2, por sua vez, afirmou que sempre participou de festas e atividades da entidade, sendo portanto qualificado como benfeitor da Afape. Ainda de acordo com Iomar, a impugnação da chapa só foi avisada no momento da eleição, quando pais dos alunos, funcionários e comunidade já aguardavam pelo pleito, sem dar á ele o direito de defesa.

Devido ao tumulto, no último dia 15 de abril, os funcionários da Afape e um grupo de pais de alunos se reuniram com os vereadores Zezinho do Caminhão e Professor Pierre para discutir o caso. Durante o encontro, eles decidiram levar a situação ao Ministério Público, solicitando ao órgão permissão para que uma comissão, formada por funcionários e familiares dos estudantes, pudesse assumir, temporariamente, a administração da instituição.

Também por conta do ocorrido, na segunda-feira, 17 de abril, a instituição não funcionou. Na terça-feira, 18, com a proteção de policiais militares do 11º BPM o atendimento ao público aconteceu normalmente até esta terça-feira.

Paralelamente à ação dos vereadores, o ex-presidente da Afape, Jorge Wilson, que supostamente não teria mais autoridade sobre a Afape, divulgou a data para novas eleições. O edital de convocação foi publicado por A VOZ DA SERRA na última sexta-feira, 21, e indica que o pleito acontecerá no dia 31 de maio de 2017, às 18h.
 

    

 

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