Localizado a dez quilômetros do centro da cidade, São Geraldo vem crescendo ao longo dos últimos anos e é o terceiro bairro mais populoso de Nova Friburgo, com cerca de 17 mil moradores distribuídos em 22 loteamentos. Apesar disso, uma série de problemas de infraestrutura está prejudicando a rotina dos moradores, conforme constatado por A VOZ DA SERRA em visita esta semana ao bairro.
O abandono de São Geraldo, que ainda tem problemas decorrentes da tragédia de 2011, é a principal queixa da comunidade. Marcas podem ser vistas em locais como a Rua Nilo Martins, que permanece em meia-pista devido a uma cratera. “Aquele buraco está lá até hoje e traz muito perigo. Apesar disso, a Prefeitura não faz nada”, protesta Leonardo da Rocha Borges, que reside há 30 anos no bairro e é membro da associação de moradores.
A lentidão das obras de reforma da quadra de esportes, orçada em R$ 182 mil, também é criticada por Leonardo e outros moradores do bairro. “Por enquanto só tem a placa no local e não estamos vendo ninguém trabalhando. Daqui a pouco vence o prazo e a obra não vai estar pronta”, dizem eles, acrescentando que a área está abandonada e pichada.
Ponte de acesso
A construção de uma galeria de águas pluviais no pequeno córrego situado ao lado da E.M. Nair de Araújo Rodrigues é outra reivindicação antiga. Chuvas moderadas costumam provocar o transbordamento do córrego, que recebe todo o despejo da região central do bairro e do loteamento Nova Esperança.
Outro alvo de reclamações é a estreita ponte de acesso ao bairro, construída há mais de 40 anos, que só permite a passagem de um veículo por vez. “Essa ponte já deveria ter passado por obras de alargamento porque o número de veículos que passam pelo local aumentou muito”, disse um motorista que preferiu não se identificar.
Durante a visita ao bairro, a equipe de reportagem também constatou a precariedade dos pontos de ônibus, como o situado na Rua Professor Isaías Scarin Marretto, e da pavimentação das ruas, com muitos buracos e desníveis. A falta de identificação das vias foi outro problema verificado, fazendo com que moradores improvisassem placas e letreiros com os nomes das ruas como a Crésio Coelho Caetano.
A comunidade de São Geraldo sente falta de uma área de lazer e recreação, principalmente para as muitas crianças que residem no bairro. “No período de férias isso fica ainda mais visível. Deveriam limpar o terreno ao lado da escola e montar um parquinho ali”, disse a mãe de um estudante. Ela reclama ainda dos carros abandonados pelas ruas do bairro. “Poderiam recolher essas carcaças que mostram como o bairro está abandonado”, sugere.
Mau cheiro e proliferação de ratos
O estado de abandono do bairro também é visível na falta de serviços de capina, limpeza e manutenção dos bueiros como os localizados na Rua Carlos Condack. “Os bueiros estão todos entupidos e muitos com as tampas quebradas. A rua também continua com um trecho em meia-pista desde a catástrofe e os ônibus não têm como subir. Precisamos de mais atenção nesta rua que é muito importante porque dá acesso ao Córrego Dantas e serve de caminho alternativo”, diz o morador Waldir Rodrigues.
Moradores da Rua Carlos Condack também se queixam do esgoto que corre a céu aberto em um trecho da via. “Não temos o serviço e somos obrigados a conviver com o mau cheiro e a proliferação de ratos. Estou sempre reclamando do problema mas até agora não resolveram nada”, reclama o morador João Fialho de Freitas.
Cansado de reivindicar uma solução, João apelou para a equipe de A VOZ DA SERRA na tentativa de sensibilizar o poder público. “Estamos esquecidos e abandonados à nossa própria sorte. Depois da tragédia, a situação piorou muito em São Geraldo, que está muito largado e com problemas por todo o lado”, conclui o morador.
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