Sai resultado de exame em vítima de suposto estupro em abrigo de Mury

Polícia Civil vai ouvir internos que conviviam com a jovem ainda esta semana
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
por Jornal A Voz da Serra
Abrigo funciona no distrito de Mury, em Nova Friburgo (Foto: Henrique Pinheiro)
Abrigo funciona no distrito de Mury, em Nova Friburgo (Foto: Henrique Pinheiro)

Os exames de corpo de delito e conjunção carnal realizados na jovem que disse ter sido estuprada, no início deste mês, por dois adolescentes em um abrigo no distrito de Mury, apontaram que houve relação sexual, mas não revelaram sinais de agressão. A vítima agora está morando com o irmão porque completou 18 anos em janeiro.  

A delegada titular da Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam), Danielle de Barros, disse nesta terça-feira, 14, que vai ouvir ainda esta semana o adolescente de 12 anos, acusado de estuprar a jovem, e outros internos que vivem no abrigo e que, portanto, conviviam com a jovem para esclarecer o caso. O outro adolescente, de 17 anos, acusado de participar do ato disse que só falará em juízo.

“Nós continuamos trabalhando com a hipótese de estupro coletivo porque foi isso o que a adolescente disse em depoimento. Os depoimentos dos internos e o laudo psicológico da vítima podem ajudar a revelar o que realmente aconteceu no abrigo. Não queremos cometer uma injustiça”, disse a delegada responsável pelo caso.

O suposto estupro aconteceu no dia 3 de fevereiro no refeitório da Casa de Acolhimento Vila Sorriso. A agressão teria sido presenciada por uma adolescente que acionou a direção do abrigo. A vítima foi levada para o Hospital Raul Sertã, onde foi medicada, e depois encaminhada para Deam, onde o caso foi registrado. Os exames foram realizados no Instituto Médico Legal (IML) de Teresópolis.

A jovem está sendo acompanhada pela equipe com psicóloga e assistente social do Centro de Referência da Mulher (Crem). A Prefeitura de Nova Friburgo, responsável pela manutenção do abrigo, informou, na última semana, que o secretário municipal de Assistência Social, Amaro Gervasio Filho, esteve na delegacia e está acompanhado o caso.

“Fui à delegacia por livre e espontânea vontade esclarecer essa situação. Mas, como o caso envolve menores de idade, ainda com o agravante de terem um histórico de violência doméstica, tudo está sendo apurado em sigilo pela Deam. Esperamos que tudo seja esclarecido o mais breve possível”, disse.

A Secretaria de Assistência Social reforçou que qualquer publicação indevida a respeito do caso e das pessoas envolvidas afronta os direitos da criança e do adolescente, previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), além de interferir e até prejudicar na averiguação dos fatos ocorridos e expor de maneira imprópria os envolvidos e demais acolhidos da instituição, que estão em medida sócio-protetiva. O caso também é acompanhado pelo Juizado da Infância e Adolescência.

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