Receita de mulher? Não existe beleza perfeita: todas são

O quanto a opinião externa pode fazer alterar nossa autopercepção?
segunda-feira, 07 de março de 2016
por Ana Blue
Foto: Felipe Fernandes / Produção: Luiza Zebende / Modelos: Eliza Hotz, Isabella Almeida, Isabella Ned, Jéssica Costa, Jessica Gomes, Joyce Costa, Julia Verbicário, Larissa Nascimento, Luiza Zebende, Marina Thurler, Thayná Faria e Vanessa O. Silva / Patrocínio: Suspiro Íntimo, Beautiful Lingerie e Dados e Dadinhos / Apoio: Insanidade Jeans
Foto: Felipe Fernandes / Produção: Luiza Zebende / Modelos: Eliza Hotz, Isabella Almeida, Isabella Ned, Jéssica Costa, Jessica Gomes, Joyce Costa, Julia Verbicário, Larissa Nascimento, Luiza Zebende, Marina Thurler, Thayná Faria e Vanessa O. Silva / Patrocínio: Suspiro Íntimo, Beautiful Lingerie e Dados e Dadinhos / Apoio: Insanidade Jeans

Existe, já há algum tempo, uma discussão — às vezes velada, às vezes aberta — sobre os padrões de beleza impostos à mulher, desde tempos de antanho. Atualmente, pelo menos no Brasil, este padrão está quase que totalmente travestido de corpos muito sarados e curvas perfeitas. Um padrão doentio e irrealista, quase sádico, o qual a maioria de nós, obviamente — e que bom que seja assim —, jamais vai alcançar. Mas o que isso acarreta, exatamente? O quanto a opinião externa pode nos fazer alterar até mesmo a autopercepção? Quantas de nós estamos realmente à vontade com a forma como nos apresentamos ao mundo?

Um estudo realizado entre os meses de fevereiro e março de 2014 pela marca de cosméticos Dove, que entrevistou 3,2 mil mulheres de várias partes do mundo com idades entre 18 e 64 anos, ajuda a ter a dimensão deste número. Segundo sua análise, 47% delas se consideravam acima do peso; 70% achavam sua beleza mediana ou sem grandes atrativos; 58% estavam insatisfeitas com alguma característica específica. Apenas 13% delas demonstraram gostar do que viam no espelho, satisfeitas com peso e corpo; somente 12% delas se sentiam verdadeiramente atraentes. Quanto às brasileiras, 54% revelaram vontade de recorrer a uma cirurgia plástica. E, no geral, 73% das participantes da pesquisa julgavam que, para satisfazer aos desejos da sociedade, deviam melhorar sua aparência. O estudo fez parte de uma campanha de marketing da marca, intitulada ‘Curvas Reais’, que resultou em um ensaio fotográfico que exaltou todos os tipos de beleza, mostrando mulheres de diferentes alturas, pesos, cabelos, cores. E a campanha sensibilizou a beauty artist Luiza Zebende, de Nova Friburgo, que junto ao fotógrafo Felipe Fernandes decidiu reproduzir a ideia enfocando a realidade local, com mulheres daqui. Que encontramos no mercado, na rua, na fila do pão. Uma homenagem à diversidade de todas nós.

“Cada menina tem um jeito diferente. Altura, tipo de corpo, rosto, cores de cabelo. As poses para as fotos, a personalidade de cada uma, enfim, a gente se preocupou em expressar a beleza em todas as suas possibilidades. A ideia dessa homenagem é mostrar que não existe a beleza perfeita. Todas são”, diz Luiza. 

Vinicius de Moraes não poderia estar mais errado: não existe receita de mulher. Mandemos às favas o poetinha, porque aqui beleza nenhuma é fundamental. E nádegas não são importantíssimas.

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TAGS: dia internacional da mulher
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