A perspectiva foi apresentada pelo próprio prefeito Rogério Cabral durante seu discurso na abertura do 1º fórum do programa Supera Rio, na última segunda-feira, 13, em Nova Friburgo: a prefeitura pretende depositar a primeira parcela do 13º salário do funcionalismo — correspondente a 50% do valor bruto dos vencimentos, sem descontos — até o próximo sábado, 18.
A intenção, confirmada pela reportagem de A VOZ DA SERRA junto ao secretário municipal de Finanças, Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Gestão, Juvenal Condack, contrasta com o recente anúncio feito pelo Palácio Guanabara de que o governo estadual não irá, em 2016, antecipar a primeira parcela do 13º salário, por absoluta falta de recursos.
Considerando, no entanto, que o orçamento municipal conta com apenas 24% de receitas próprias, e depende em 76% de repasses federais ou estaduais, Juvenal Condack explica que a antecipação do pagamento só será possível graças ao contingenciamento de gastos.
“O prefeito e a equipe econômica concordaram que seria necessário dar prioridade a determinados programas, diante da situação enfrentada pela União e pelo estado. E assim optamos por priorizar os investimentos em Saúde, Educação e no pagamento dos servidores”, declarou Condack.
O pagamento dos servidores, por sinal, é considerado estratégico, não apenas para assegurar os direitos do funcionalismo, mas também porque a injeção destes recursos é importante para manter a economia local aquecida.
“O governo entende que o pagamento da folha é fundamental para estimular o comércio friburguense e proteger a economia. No último dia 30 de maio pagamos a folha daquele mês, agora no próximo dia 18 vamos pagar metade do 13º salário, e no dia 30 de junho vamos pagar a folha deste mês. Ou seja: em 30 dias, a prefeitura quita duas folhas e meia e injeta aproximadamente R$ 30 milhões na economia, fazendo de junho um minidezembro, num período de grande dificuldade geral”, avaliou o secretário.
Juvenal Condack, contudo, reafirma que a medida é fruto de muito esforço e sacrifício, uma vez que a questão é tida como estratégica. “O momento é muito difícil. O estado não deposita um centavo para a manutenção da UPA há mais de 15 meses. Dependemos em grande parte de repasses externos e está fora de nossa capacidade garantir que os recursos não irão faltar em algum momento. Posso assegurar, no entanto, que estamos fazendo a nossa parte, e até o momento estamos em dia com fornecedores e servidores”, encerrou.
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