Prédio do Sase é entregue, mas impasse continua na Justiça

Prefeitura tenta acordo com o Serviço de Assistência Social Evangélica para quitar dívida milionária de aluguéis atrasados
domingo, 16 de julho de 2017
por Alerrandre Barros
O prédio do Sase, em Olaria (Foto: Henrique Pinheiro)
O prédio do Sase, em Olaria (Foto: Henrique Pinheiro)

As chaves do prédio do Sase, o Serviço de Assistência Social Evangélica, que funcionou por quase duas décadas em Olaria foram entregues pela prefeitura à entidade filantrópica no fim do ano passado, mas, segundo a Procuradoria Geral do município, outro impasse continua na Justiça: a cobrança dos aluguéis atrasados. A dívida do governo com a entidade já está na casa dos milhões, mas o valor, não divulgado, está sendo questionado. A prefeitura busca um acordo.

Em junho do ano passado, a prefeitura bloqueou todas as entradas de acesso ao interior do prédio, depois que realizou uma operação para remoção de entulhos, detritos e móveis velhos que estavam espalhados por todos os cômodos do imóvel de três andares. Ao menos dez caminhões de lixo foram retirados do local. Três moradores de rua, que também estavam no interior do prédio, foram abordados por uma equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).

A limpeza e bloqueio do prédio, localizado na Avenida Júlio Antônio Thurler, foram realizadas depois de diversas reclamações e denúncias de vizinhos que reclamavam da sujeira, proliferação de insetos e roedores e, principalmente, da ocupação do espaço por moradores de rua e usuários de drogas. Em seus 20 anos de existência, o antigo Sase estava abandonado há sete anos, mas já abrigou serviços na área da saúde, manutenção de projetos sociais e até serviu de abrigo para vítimas da tragédia de 2011.

Em 2011, a entidade entrou com uma ação na Justiça contra a prefeitura por abandono do imóvel e também para receber os aluguéis atrasados que as gestões anteriores não teriam quitado. Em 2015, a dívida já passava dos R$ 2 milhões. No ano passado, a administração Rogério Cabral havia fechado um acordo com a entidade, mas aguardava a homologação. “Desta forma, o município não possui responsabilidade sobre o imóvel”, informava a nota na época.

O Sase é uma instituição evangélica, sem fins lucrativos, que foi fundada em 1955, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, pelo reverendo Isaias de Souza Maciel. Além da capital, a entidade mantém unidades de assistência à saúde em Duque de Caxias, São João de Meriti e Itaguaí, e desenvolve outros projetos sociais. Na última semana, A VOZ DA SERRA tentou esclarecer mais detalhes sobre o processo que o Sase move contra a Prefeitura de Nova Friburgo e o que a entidade pretende fazer com o prédio, mas não obteve retorno.

 

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