Preço do gás sobe mais de 20%

Em Nova Friburgo, os valores que chegavam a R$ 58 agora podem chegar a R$ 70
quarta-feira, 09 de setembro de 2015
por Karine Knust
O aumento do preço do gás vem se somar a uma série de outros aumentos, como da energia elétrica e da gasolina (Foto: Paulo Pires)
O aumento do preço do gás vem se somar a uma série de outros aumentos, como da energia elétrica e da gasolina (Foto: Paulo Pires)

O mês de setembro começou com notícias nada positivas para os brasileiros. Além dos aumentos recentes dos alimentos, combustível, energia elétrica, entre outros, o consumidor precisa arcar agora com a elevação do valor do gás de cozinha, que chega em média a 15% e está em vigor desde o último dia 1º. De acordo com a Petrobras, o reajuste do valor do gás liquefeito de petróleo para uso residencial — botijões de até 13 kg — não acontecia desde dezembro de 2002.

O que pouca gente sabe, no entanto, é que esta percentagem estipulada pela refinaria não leva em conta outro reajuste: o das fornecedoras. Divulgado no fim do mês passado pelo Sindicato dos Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo do Estado do Rio (Sirgaserj), esta segunda elevação nos preços pode chegar a 12% e, de acordo com setor, está atribuída a reajustes de salários na categoria profissional, elevação no custo do frete e dos constantes aumentos nos preços dos derivados de petróleo, especialmente o óleo diesel. Conclusão: aumento em dose dupla.  

“O que está sendo amplamente divulgado é o ajuste feito pela Petrobras, mas, na verdade, foram dois reajustes. O consumidor pode observar que todo ano o preço do botijão aumenta um pouco, e isso por causa do ajuste anual repassado pelos fornecedores. O que ninguém esperava é que teríamos dois reajustes ao mesmo tempo. Nem nós sabíamos que isso ia acontecer”, afirma Jéssica Rentes, de uma das revendedoras da cidade, e ainda revela: “Estamos cientes de que essa novidade pesa e muito no bolso das famílias, mas tivemos que repassar esse aumento para o preço final, porque, se não fizermos isso, vamos quebrar”.

Em Nova Friburgo, os valores que chegavam a R$ 58 agora podem chegar em média a R$ 70 com a entrega a domicílio ou R$ 65 se forem adquiridos nos depósitos. A novidade tem gerado polêmica entre os consumidores. “Somos três pessoas em casa e gastamos um botijão por mês. Comprei um novo por R$ 70 essa semana e achei esse aumento absurdo. Para minimizar o problema, tenho escolhido fazer meus alimentos no micro-ondas. Não parece, mas a energia gasta com o micro-ondas é muito pouca. Aliás, uso boas panelas que diminuem o tempo de cozimento, logo poupam gás. Infelizmente, essas altas mexem com o nosso orçamento. Um pouco na gasolina, um pouco na energia e um pouco no gás dão um impacto e tanto no orçamento”, critica Karla Santo, 39 anos, gestora em recursos humanos.

“Acho uma covardia com o povo. Muitos mal conseguem comprar um alimento digno para comerem bem, agora então, com esse aumento absurdo do gás, vão fazer o que? A solução é realmente voltarmos ao fogão a lenha? Revoltante o que esse governo tem feito com a população. É luz, gás, coisas primordiais para sobreviver com preços absurdos”, protesta a gerente administrativa Flávia Coelho, de 37 anos.

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