Por onde andam os orelhões?

Centro de Friburgo tem número cada vez mais reduzido de telefones públicos
segunda-feira, 12 de junho de 2017
por Guilherme Alt
Orelhões na Praça Dermeval Barbosa Moreira: raros (Foto: Henrique Pinheiro)
Orelhões na Praça Dermeval Barbosa Moreira: raros (Foto: Henrique Pinheiro)

Os orelhões estão sumindo da cidade de Nova Friburgo. Mesmo em desuso após a intensa utilização de telefones celulares, ampla facilidade de ligação e tarifas baixas, existe uma lei que determina um número mínimo de orelhões nas cidades. Com base no Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU), a empresa de telefonia Oi, responsável pelos orelhões, disponibiliza pouco mais de mil telefones públicos em Nova Friburgo. A empresa investe constantemente em estudos de sua planta telefônica e, se for verificada ociosidade de alguns telefones públicos, eles podem ser transferidos para áreas de maior demanda - sempre respeitando a regulamentação da Anatel, a Agência Nacional de Telecomunicações.

A Avenida Alberto Braune é a que ainda concentra a maior parte dos orelhões no Centro, o que acaba diminuindo a distribuição uniforme dos aparelhos. Na principal via de Nova Friburgo ainda restam pouco menos de 20 telefones públicos. Há alguns anos eram muito mais. Na manhã de sexta-feira, 2, por exemplo, cinco deles estavam com defeito. Pouco utilizados, principalmente pelos jovens - talvez pelo fato de considerarem um “mico”, os telefones públicos ainda são os  “salvadores da pátria” na hora em que mais se precisa falar com alguém.

Muitas pessoas desconhecem uma das grandes vantagens dos telefones públicos: a ligação a cobrar para telefone fixo não é mais tarifada. Caso alguém queria ligar para um telefone fixo, ao invés de gastar com ligação pelo celular, pode discar 9090 + o número do telefone fixo e falar gratuitamente. Muitos serviços de 0800 também não aceitam ligação pelo celular, então, ao invés de sentar no banco da praça para resolver algum problema com atendente de telemarketing, a dica é fazer uso dos orelhões.

Hoje, cerca de 68,2% dos orelhões da Oi não geram chamadas tarifadas e cerca de 29,9% não são sequer utilizados devido a maciça onda dos celulares e smartphones. Apenas 0,04% da planta de telefones públicos da Oi gera receita suficiente para o pagamento do seu próprio custo de manutenção. Talvez essa seja uma das causas de se ter poucos telefones públicos pelo Centro, onde milhares de pessoas circulam, diariamente. Aos olhos distraídos, é quase imperceptível notar a ausência dos orelhões pela cidade, e se tornam ainda mais invisíveis, quando alvos de vandalismo, principal motivo por muitos estarem inutilizados.

Inoperantes, mas nem sempre apenas por defeitos

De acordo com a Oi nos cinco primeiros meses de 2017, foram danificados por atos de vandalismo, em média, mensalmente, 13,2% dos orelhões instalados no estado do Rio de Janeiro. Os principais problemas decorrentes do vandalismo são: defeitos em leitora de cartões, em monofones e teclado. Além das pichações e colagem indevida de propagandas nos aparelhos e nas folhas de instrução de uso, prejudicando o entendimento das orientações pelos usuários. Em alguns casos, as equipes da empresa consertam e limpam os aparelhos e eles são danificados no mesmo dia.

Em nota, a Oi esclarece que mantém um programa permanente de manutenção de seus telefones públicos e conta com as solicitações de reparo enviadas à companhia pelo canal de atendimento 10331 por consumidores e por entidades públicas.

 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS: orelhões | telefonia | celular
Publicidade