Petição contra construção de hidrelétricas no Rio Macaé já reúne quase 3 mil assinaturas

Detalhes do projeto serão apresentados em reunião no próximo sábado
sexta-feira, 09 de setembro de 2016
por Flávia Namen
O Rio Macaé tem 136 quilômetros e corta a serra em direção ao mar (Foto: Arquivo A VOZ DA SERRA)
O Rio Macaé tem 136 quilômetros e corta a serra em direção ao mar (Foto: Arquivo A VOZ DA SERRA)

O projeto de construção de três pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) em um trecho do Rio Macaé que margeia a RJ-142, estrada que liga Nova Friburgo a Casimiro de Abreu, vem preocupando moradores da região, ambientalistas e canoístas. Muitos já vêm se mobilizando para que a iniciativa não saia do papel pelos impactos ambientais que trará a região — como o desvio do curso de água do rio, a destruição de lavouras e os estragos a pontos preservados e turísticos. “Se as usinas forem construídas será o fim de alguns trechos do rio que são um patrimônio nosso. As futuras gerações não poderão desfrutar desse paraíso”, disse o canoísta e empresário Diego Meyer, proprietário de uma empresa de ecoturismo em Lumiar.

Para evitar o avanço do projeto — apresentado em maio passado pelas empresas Alupar Investimentos S.A., W Energy Participações S.A. e Ipar Participações Ltda ao Comitê de Bacias Hidrográficas do rio Macaé —, Diego elaborou uma petição que já reúne quase três mil assinaturas — e que pode ser acessado aqui. O documento, feito em parceria com integrantes da Associação Friburguense de Canoagem (Africa), ressalta os impactos socioeconômicos e ambientais da iniciativa, como a redução da vazão de água em alguns trechos do rio. “Não precisamos e nem queremos PCHs no rio Macaé. Vamos defender o rio, sua liberdade e saúde! (...) Assine a petição e diga NÃO a esse ganancioso empreendimento privado”, destaca o texto final do abaixo-assinado.  

De acordo com o projeto, as três usinas hidrelétricas aproveitariam a topografia do rio para jogar a água nas turbinas (que geram a energia elétrica) por meio de túneis abertos em rochas. A PCH Rio Bonito funcionaria em um ponto um pouco acima do encontro dos rios Bonito e Macaé, no distrito de Lumiar. A PCH Casimiro de Abreu seria instalada abaixo da Cachoeira da Fumaça, enquanto a PCH Macaé produziria energia mais abaixo do encontro dos rios Macaé e Sana, ambas localizadas nos limites de Nova Friburgo e Casimiro de Abreu. 

Para Diego, é preciso que a comunidade em geral tome conhecimento do projeto, cujos detalhes serão apresentados em reunião marcada para a manhã do próximo sábado, 17, às 9h30, na sede da Área de Proteção Ambiental (APA) de Macaé de Cima (Rua Moacir Brust, 11, centro de Lumiar). Representantes do consórcio de empresas estarão no local para falar sobre a implantação das usinas a integrantes do Conselho da APA e de associações de moradores. “É importante que as pessoas compareçam a reunião e saibam do projeto, que desviará cursos d’água e pode afetar o bioma na região”, ressalta ele.

Vale destacar que as águas do Rio Macaé brotam em uma nascente próxima ao Pico do Tinguá, na APA de Macaé de Cima, um dos maiores trechos preservados de Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro. O curso do rio tem 136 quilômetros, corta a serra em direção ao mar, e tem também grande importância para a produção de alimentos e o abastecimento de milhares de pessoas na Baixada Litorânea.

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