Segundo denúncia de um morador que preferiu não se identificar, na Alameda do Lago, Parque Dom João VI, um proprietário de terreno teria começado, há cerca de três semanas, uma obra irregular que está trazendo sérios prejuízos para a localidade.
"Esse morador não era conhecido nosso da vizinhança. Ele comprou o terreno com o intuito de construir sua casa e começou essa obra por conta própria. Não tem engenheiros, arquitetos, nada. Ele chamou um trator e fez esse serviço de terraplanagem totalmente irregular, botando em perigo os dois vizinhos do lado. O corte do terreno, feito em uma altura de aproximadamente quatro metros, pode fazer com que o estacionamento do prédio ao lado acabe caindo”, comentou o morador do bairro, que ainda disse que esses serviços foram realizados durante dois dias.
Os problemas não terminam por aí, segundo o morador. "Além de tudo, parte da terra cortada foi jogada nos fundos do terreno, e lá passa um córrego, que deságua no Rio Santo Antônio. É um riacho pequeno, mas, certamente, a gente vai ter problemas. A terra já começou a descer com essas últimas chuvas e, se vier uma mais forte, vai acabar acontecendo um assoreamento, interrompendo o curso da água e, ainda por cima, vai alagar os terrenos vizinhos.”
Ainda outras complicações estariam vinculadas à obra. Um muro feito para dividir os terrenos cedeu após as chuvas — e, além disso, um lençol freático foi atingido. "Ele expôs o lençol e, quando a água brotou, provavelmente pensou que era uma nascente. Com isso, está sendo falado em crime ambiental, o que é bastante grave. O muro caiu com uma chuva há duas semanas e agora ele terá que fazer uma contenção. Parece também que a Defesa Civil irá multá-lo e ele será obrigado a tirar a terra toda dali”, disse o residente da Alameda do Lago.
Outro vizinho da obra comentou que a Defesa Civil já compareceu ao local três vezes. "Nós, moradores, acionamos a Defesa Civil e na última vez que vieram, no sábado, 22, mandaram parar a obra. Eles também trouxeram um auto de interdição e o proprietário não pode construir até segunda ordem. Mas, mesmo assim, ele queria insistir com a construção. Veio com tubos, funcionários e a vizinhança não deixou ele continuar.” Sobre a situação, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) comunicou que: "O subsecretário de Fiscalização, Juarez Costa, da Secretaria de Meio Ambiente, informou que uma equipe já foi ao local e intimou o proprietário a comparecer à Secretaria para que recupere os danos causados ao referido terreno, o que está previsto para esta sexta-feira, dia 28. Caso isto não ocorra, o proprietário estará sujeito a multa.”
O morador falou também sobre os prejuízos que a obra está trazendo à vizinhança: "Eu ia fazer uma construção na minha casa, para o trabalho da minha esposa. Busquei regulamentar tudo no Inea e agora esse problema certamente irá atrasar a minha obra, que está toda regulamentada. Com a ação das chuvas, aquelas terras vão ceder e isso inclusive pode fazer o estacionamento da casa ao lado cair.” Sobre a solução para o problema, o friburguense acrescentou: "Só embargar a obra não adianta. Eles vão só impedir a obra de continuar e o que já está aqui não será mudado. Isso aqui é tragédia certa. Precisamos de medidas para tirar a terra que está aqui e fazer uma contenção.”
Segundo o morador que mostrou a situação à reportagem de A VOZ DA SERRA, "o corte radical feito na obra coloca em risco também a via principal, onde passam ônibus e carretas pesadas. A Defesa Civil disse que há chances do asfalto estar condenado e ceder, interrompendo essa passagem que é importantíssima”.
Uma outra ação absurda do proprietário foi citada: a tapagem de uma das três bocas de loco próximas ao terreno com concreto. "A ideia dele era ter concretado todas as bocas. Ele cobriu essa caixa de passagem coletiva para não ir mais água ao terreno dele. O problema é que agora só dá para abrir a caixa com britadeira. Além disso, ele também tosou uma manilha de águas pluviais, que vêm de galerias, por conta própria”, comentou o morador.
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