Nova Friburgo – 197 anos

​O nascimento de uma cidade
quinta-feira, 14 de maio de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Nova Friburgo – 197 anos

O nascimento de uma cidade

Até 1755, a região da atual Nova Friburgo era habitada por índios goitacazes e puris, e portugueses. Em 16 de maio de 1818, o Rei Dom João VI, na expectativa de estreitar os laços de amizades com os povos germânicos para obter apoio contra o império francês, propôs uma colonização planejada, a fim de promover e dilatar a civilização do Reino do Brasil. Baixou, então, um decreto que autorizou o agente do Cantão de Friburgo, na Suíça, Sebastião Nicolau Gachet, a estabelecer uma colônia de 100 famílias suíças na Fazenda do Morro Queimado, no distrito de Cantagalo, localidade de clima e características naturais semelhantes às de seu país de origem. 

Entre 1819 e 1820, a região foi colonizada por 265 famílias suíças, totalizando 1.458 imigrantes. Foi batizada pelos suíços com o nome de Nova Friburgo, em homenagem à cidade de onde partiu a maioria das famílias: Friburgo em português, Fribourg em francês, Freiburg em alemão, idioma em que foi criado o nome da cidade a partir das palavras “frei” — livre, e “burg” — castelo/forte, no Cantão de Fribourg. 

Foi, também, o primeiro município no Brasil colonizado por alemães, tendo estes imigrantes, ao todo 456, chegado à cidade em 3 de maio de 1824, três meses antes que imigrantes alemães chegassem à cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Nova Friburgo teria sido a primeira colônia não portuguesa a ser fundada no Brasil, em caráter oficial.

Foi nomeado inspetor da projetada colônia o Monsenhor Pedro Machado de Miranda Malheiros, que, de imediato, tratou da aquisição dos terrenos necessários à dita empresa; adquiriu duas datas de terra com meia légua de testada cada uma, pertencentes a Manuel de Sousa Barros e a José Antônio Ferreira Guimarães, e também a sesmaria chamada Morro Queimado, que pertencera a Lourenço Correia Dias, na qual, graças a seu clima ameno e situação topográfica, foi instalada a sede da colônia de Nova Friburgo.

Entre 1819 e 1820, chegaram a Nova Friburgo 261 famílias de colonos suíços, 161 a mais do que havia sido combinado nos contratos, formando-se assim o núcleo inicial da povoação. Sabendo o quão promissora seria a cooperação desses estrangeiros na nova pátria, o Governo Real subscreveu, em 3 de janeiro de 1820, um alvará elevando Nova Friburgo à categoria de Vila, desmembrando, para isso, suas terras das de Cantagalo. A instalação da nova vila deu-se a 17 de abril desse mesmo ano.

Após a proclamação da Independência do Brasil (1822), o Governo Imperial enviou o major George Antônio Scheffer à Alemanha, a fim de contratar a vinda de imigrantes para as colônias de Leopoldina e de Frankenthal, estabelecidas na então Província da Bahia desde 1816, às margens dos rios Caravelas e Viçosa. 

Por motivos ignorados esses colonos acabaram sendo enviados a Nova Friburgo, onde chegaram a 3 e 4 de maio de 1824; eram 80 famílias lideradas pelo pastor Frederico Sauerbronn, que foram recebidas pelo Monsenhor Miranda, então readmitido no cargo de inspetor, do qual se exonerara. Esse sistema especial de administração da colônia por intermédio de um inspetor designado pelo Governo Imperial vigorou até 1831; a partir desse ano a jurisdição passou a ser superintendida pela Câmara da Freguesia, a exemplo das outras vilas brasileiras.

Finalmente, a 8 de janeiro de 1890, Nova Friburgo foi elevada à categoria de cidade e, com a chegada de imigrantes italianos, portugueses e sírios, sua população cresceu, consideravelmente. 

Em 1872, o Barão de Nova Friburgo trouxe os trilhos da Estrada de Ferro Leopoldina até a região, a fim de escoar a sua produção de café proveniente de Cantagalo, que durante um longo período era a maior do gênero no mundo, levando em consideração a proporção por município, correspondendo à média de 70% do território. 

A partir de 1910 Nova Friburgo, que, até então, devia o seu progresso ao desenvolvimento da agricultura e ao seu clima seco, ideal também para atrair turistas para a temporada de veraneio, viu chegar vários cidadãos de iniciativa, como Julius Arp, Maximilian Falck e William Peacock Denis, pioneiros da era industrial friburguense. A estes se juntaram outros personagens de valor, provocando o surto de progresso verificado até meados da década de 1980.

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