Na fila do emprego

quinta-feira, 10 de novembro de 2016
por Jornal A Voz da Serra

REPORTAGEM publicada na edição de quarta-feira, 9, de A VOZ DA SERRA mostrou que os idosos não param de trabalhar e cada vez mais buscam se inserir no mercado de trabalho como forma de suprir a falta de dinheiro frente a crise econômica do país. Além do emprego fixo, também buscam colocações no trabalho temporário.

A CRISE E o desemprego têm forçado esses profissionais mais velhos e experientes a olharem o trabalho temporário como uma porta de entrada para a recolocação no mercado. Antes visto como oportunidade para jovens adquirirem experiência e chance profissional, hoje o emprego temporário atrai o interesse de um público que até pouco tempo não estava atraído por esse tipo de atividade. A escassez de vagas, o acúmulo de despesas e o endividamento trouxeram uma nova classe de trabalhadores para essa função.  

PESQUISA feita pelo portal Vagas, empresa de recrutamento e seleção, aponta que, entre os motivos apresentados, aqueles que pretendem conseguir uma nova oportunidade de trabalho com a atividade de fim de ano representaram 30%. Há um outro grupo (26%) que pretende aproveitar para se recolocar no mercado de trabalho. Ganhar uma renda extra para pagar dívidas é desejo de 13%. Para 10%, ganhar experiência profissional é a intenção. Poupar dinheiro é objetivo de 9%. Os que pretendem pagar os estudos somam 8%. São 2% os que querem juntar dinheiro para comprar algo que desejam muito.

HOJE, A expectativa de vida do brasileiro está em torno de 68 anos, e deverá chegar a 73 anos neste século. Segundo o IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, nosso país deverá ter a sexta população mais idosa do planeta no ano 2025. Teremos 34 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o que representará 14% de nossa população. 

O PROBLEMA do idoso em todo o país, inclusive em Nova Friburgo, está na melhor adequação da infraestrutura pública para atender este contingente. Políticas de inserção devem ser implantadas para que o idoso não se transforme em grupo marginalizado, sem a proteção do estado. Mais centros de convivência e atendimento diferenciado poderiam ser implantados para este contingente da população que chega, segundo o IBGE, a quase 20 mil pessoas no município, ou cerca de 10% de nossa população. O próximo Censo certamente apontará números maiores.

O MUNICÍPIO tem se preocupado em oferecer novos espaços de cultura e lazer, beneficiando inclusive os idosos, inserindo a “terceira idade” na vida ativa da cidade. Através de políticas públicas será possível proteger mais o idoso e aprimorar as soluções para uma situação que será agravada no decorrer dos anos. Os políticos vitoriosos que buscaram o voto dos idosos deveriam, portanto, assumir compromissos que possam ser efetivamente realizados. É o mínimo que podem fazer.

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