A morte de oito macacos deixou em alerta autoridades de saúde de São Sebastião do Alto, Santa Maria Madalena e Campos dos Goytacazes, nas regiões Norte e Centro-Norte fluminenses — a cerca de 200 quilômetros de Nova Friburgo. Isso porque os animais podem ter morrido infectados pelo vírus da febre amarela. A suspeita, porém, ainda não foi confirmada pelo governo do estado.
Em São Sebastião do Alto, dois macacos foram encontrados mortos, na tarde da última quarta-feira, 8, por moradores da localidade rural de São Manoel, próximo ao centro da cidade. Uma equipe da Vigilância Ambiental fez a remoção dos primatas, que, conforme determina o protocolo do Ministério da Saúde, foram congelados, colocados em uma caixa de isopor com gelo e foram enviados para análise no Instituto Jorge Vaistman, no Rio de Janeiro.
“Nós notificamos o estado e continuamos com a campanha de vacinação nos três distritos de São Sebastião do Alto. Apesar da suspeita, não há motivo para pânico, porque o macaco não transmite a doença. A morte, porém, pode ser uma alerta para a presença do vírus. Há notícias de pessoas matando macacos em outras cidades por causa disso. Um absurdo! Mosquitos que transmitem a febre amarela”, explicou a coordenadora de imunização da cidade, Fernanda de Almeida.
Já em Santa Maria Madalena, a carcaça de um macaco foi encontrada, no mês passado, na localidade de Agulha dos Leais. Segundo a secretaria de Saúde do município, agentes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) foram chamados, mas não encaminharam o animal para análise por causa do avançado estado de decomposição, mas, a partir de então, a cidade foi incluída na zona de bloqueio contra a febre amarela.
“Onze localidades de Santa Maria Madalena são alvo da campanha de vacinação contra a doença. A campanha vai até o próximo dia 24 de março na cidade, quando realizaremos o ‘Dia D’ no posto central. Não há casos de febre amarela no município, portanto, não há motivo para pânico”, enfatizou o secretário municipal de Saúde, Carlos Roberto Lamego.
O estado avançado de decomposição de três dos cinco macacos que apareceram mortos em Campos dos Goytacazes também impediu que especialistas realizassem exames para identificar a causa da morte dos bichos. Os animais foram encontrados mortos no dia 28 de fevereiro após denúncia de moradores na localidade de Rio Preto. Já os corpos dos outros dois primatas, encontrados mortos em Conceição do Imbé, também estão sendo analisados por especialistas do Instituto Jorge Vaitsman. O resultado da análise, porém, não tem prazo para ser divulgado.
Por causa das mortes, a Prefeitura de Campos estendeu o bloqueio nos distritos que possuam áreas de Mata Atlântica e também abriu dois polos de vacinação na região central da cidade. Segundo a diretora de Vigilância em Saúde, Andréya Moreira, as vacinações contra a febre amarela no Centro são apenas para quem vai para áreas de risco.
"A importância desses dois pontos de vacinação é oferecer mais uma opção para a população que vai viajar para áreas consideradas de risco. Mas é importante que as pessoas saibam que não há motivo para pânico, pois não há nenhum registro de febre amarela em Campos", explicou.
A secretaria estadual de Saúde informou que Santa Maria Madalena e São Sebastião do Alto e outros seis municípios foram incluídos na área com orientação para vacinação contra febre amarela, no fim de fevereiro, quando foi divulgada a terceira etapa da estratégia para bloquear a tentativa de entrada do vírus no estado pelas divisas com Minas Gerais e Espírito Santo.
Com a inclusão de novos municípios com recomendação temporária para vacina contra febre amarela, a região de bloqueio passou a contar com 30 municípios (Veja da imagem abaixo). A prioridade do governo é a imunização da população que vive nas áreas rurais das cidades indicadas, porque, nos estados onde há circulação comprovada do vírus, a doença está sendo transmitida por vetores silvestres e não urbano, como o Aedes aegypti, por exemplo.
Em Nova Friburgo, a vacina está disponível para quem vai viajar para cidades com incidência da doença no Posto Sylvio Henrique Braune, no Suspiro, sempre às quartas-feiras, das 8h às 10h. O município não está na lista de vigilância do governo estadual contra a febre amarela.
Febre amarela no país
Há 180 casos de febre amarela confirmados no país, mas nenhum no estado do Rio de Janeiro. Segundo o balanço divulgado na última semana pelo Ministério da Saúde, foram notificados 1.006 casos suspeitos da doença, sendo que 751 estão em investigação e 75 foram descartados. Dos 157 óbitos notificados, 65 foram confirmados, 89 ainda são investigados e três foram descartados. Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia e Tocantins continuam com casos investigados e/ou confirmados.
Deixe o seu comentário