Moradores do Cônego exaltam toda a tranquilidade do bairro

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Moradores do Cônego exaltam toda a tranquilidade do bairro
Moradores do Cônego exaltam toda a tranquilidade do bairro

Ileso à tragédia de 12 de janeiro, o Cônego é apontado por boa parte de seus moradores como um dos bairros mais tranquilos de Nova Friburgo. Ao contrário de outras localidades, onde se observa diversas obras irregulares e má conservação das vias públicas, no Cônego chama atenção a quantidade de boas moradias, além do estado de capina das ruas. Um exemplo disso é o Parque Santa Terezinha, de propriedade do condomínio de mesmo nome. Nele, os moradores elogiam, através de placas espalhadas ao longo da via, a qualidade de vida da comunidade. Um pouco mais acima, entretanto, na Rua Felício Vassallo ainda se observa a ausência de calçamento em alguns pontos.

Apontada por muitos como a “Lapa friburguense”, a Rua Deolinda Thurler é repleta de bares e restaurantes, sendo um dos principais pontos gastronômicos da cidade. Alguns podem imaginar o que os moradores da rua sofrem com o movimento madrugada adentro no local. Mas segundo Pedro Cabral, residente do Cônego desde a infância, o movimento à noite não causa maiores transtornos. “Antigamente existiam muito bares aqui, os chamados pés de chinelo. Acontecia muita briga, muita bebedeira. Hoje em dia o clima é totalmente familiar, o ambiente é selecionado”, garante Pedro.

Quem passa no local observa que o Rio Cônego, que corta a rua, tem um nível próximo ao quintal de algumas casas construídas às suas margens. Porém, segundo Pedro nunca houve uma inundação. “Esse rio encheu mais há alguns anos do que na própria tragédia do início do ano. A corrente de água tem muita fluidez e passa sempre com muita velocidade”, afirma. Quem compartilha sua opinião sobre a tranquilidade do bairro é sua esposa, Mary Lúcia Cabral. De acordo com ela, o principal problema é a ausência de uma área de lazer. “Os jovens estão carentes de um incentivo. Tirando o GPH (Grupo de Promoção Humana) não tem nada para eles. Tem a pista de skate, mas ela é precária e não tem nenhum responsável”, comenta.

Outros serviços apontados em alguns bairros como precários são elogiados no Cônego. “A coleta de lixo é excelente, sempre no horário previsto. Segunda, quarta e sexta acontece duas vezes por dia e, nos outros dias, uma vez. O transporte público também é normal. Quem mora no centro do Cônego pode pegar as linhas de Granja do Céu, Cascatinha, Sítio São Luiz e Vargem Grande. Os maiores problemas acontecem nos horários de pico, quando o trânsito fica mais lento desde o Centro”, analisa Mary Lúcia. Em relação à saúde, ela e seu esposo dão a sugestão de que o antigo posto de saúde do Sase tenha seus serviços retomados de modo a atender não apenas a população de Olaria, mas também bairros vizinhos, como por exemplo, o próprio Cônego.

 

GPH e instituições de ensino também são alvos de elogios dos moradores

 

Recentemente, a Cruz Vermelha inaugurou na Praça de Sant’Anna um centro de convivência psicossocial. Ainda em fase de implantação, o espaço conta atualmente com serviços de odontologia e psicologia oferecidos a preços considerados populares. Em breve, serão promovidos também cursos de primeiros socorros e combates a incêndios. Já o GPH oferece um leque de serviços e opções para todos os gostos. Também a preços populares, são disponibilizadas atividades esportivas, educativas, culturais, além de serviços social e ambulatorial.

O Cônego conta ainda com duas instituições públicas de ensino: a Escola Municipal Miguel Raymundo de Moraes Bittencourt e o Colégio Estadual Augusto Spinelli. Este último, aliás, vem obtendo bons resultados no Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Saerj). No último exame, 106 alunos foram contemplados pelo Estado com laptops devido ao bom desempenho na prova. Segundo um funcionário do colégio, apenas o Jamil El-Jaick teve mais alunos premiados em Nova Friburgo, sendo que ele possui três vezes mais alunos que o Augusto Spinelli.

Se, por um lado a qualidade de ensino é um fator positivo, por outro vem contribuindo para o inchaço de alunos do colégio. Segundo a mãe de uma estudante moradora do Cônego que não quis revelar sua identidade, a última reforma do prédio foi realizada há mais de dez anos. O colégio conta atualmente com 540 alunos, sendo 337 do ensino fundamental e 203 do ensino médio. “O espaço físico desse colégio está muito pequeno para a quantidade de alunos. Como o nível da educação é bom, muitos estudantes de outros bairros vem para cá. As condições estão precárias. Não há, por exemplo, um laboratório de informática. Há uns dois anos foi prometido que o prédio seria demolido e uma escola padrão seria construída, mas até hoje isso não passou de promessa”, critica. Curiosamente, na ausência de um espaço para a prática de atividades físicas, os alunos do Augusto Spinelli utilizam a quadra pertencente ao Miguel Raymundo de Moraes Bittencourt, através de um acordo feito entre as duas diretorias. Porém, como as dimensões da quadra são reduzidas, os alunos do ensino médio praticam as aulas de educação física no próprio pátio do colégio.

 

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