Família: morte cerebral de jovem não foi atestada oficialmente

Encontro de amigos termina em tragédia: tiro de arma de PM teria sido disparado acidentalmente por garota
terça-feira, 26 de setembro de 2017
por Jornal A Voz da Serra
Matheus Freire, a vítima (reprodução Facebook)
Matheus Freire, a vítima (reprodução Facebook)

A família de Matheus Rocha da Penha Freire, de 22 anos, procurou A VOZ DA SERRA por volta do meio-dia desta terça-feira, 26, para esclarecer que não foi atestada oficialmente a morte cerebral do rapaz, baleado com um tiro na cabeça na madrugada de sábado, 23, em um motel  na RJ-130 (Nova Friburgo-Teresópolis). A polícia trata o caso como uma fatalidade.

A família decidiu doar os órgãos do rapaz, internado no Hospital da Unimed em estado gravíssimo. 

Segundo a polícia, Matheus foi para o motel, no Córrego Dantas, com duas amigas, de 22 e 29 anos, depois de terem participado de uma festa. As jovens relataram aos policiais que o rapaz também chamou um amigo policial militar para o encontro. Ao chegar ao motel, o PM deixou uma arma em cima de um móvel e a jovem, de 22 anos, pegou o revólver e, ao manuseá-lo, disparou um tiro que atingiu Matheus na cabeça.

A jovem disse que era a amiga de Matheus e não tinha intenção de atirar nele. Os depoimentos do PM e da outra mulher coincidem com o da jovem. Matheus foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros em estado gravíssimo e  levado para o Hospital Municipal Raul Sertã. Na manhã de sábado, ele foi transferido para o Hospital da Unimed.

Depois de ouvir as testemunhas em depoimento, o delegado de plantão na 151ª DP, Robson Pizzo, disse, ainda no sábado, que o “disparo foi acidental pelo uso indevido da arma de fogo” e que a jovem que manipulou a arma iria responder em liberdade pelo crime de lesão corporal culposa, quando não há intenção de matar.

Uma perícia foi realizada no motel e a pistola do PM, calibre 380 milímetros, foi apreendida para exame. O policial confirmou que deixou a arma de uso particular sobre um móvel do quarto e ouviu o disparo quando estava no banheiro. Ao sair, constatou que o amigo dele havia sido atingido com um tiro na cabeça. Lotado no 11º BPM, o policial prestou depoimento  na 7ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), em Petrópolis, unidade da Corregedoria da PM no interior.

“Abrimos um procedimento interno para apurar o caso. A DPJM também vai investigar a conduta do agente. Ele pode ser punido com advertência, prisão ou até expulsão da corporação. Neste momento, ele foi retirado no trabalho nas ruas e também vai passar por atendimento psicológico”, disse o comandante do 11º BPM, coronel Eduardo Vaz Castelano.

Nas redes sociais, parentes e amigos lamentaram o ocorrido.

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TAGS: crime
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