Jorge Coutinho tenta nocautear dificuldades em busca do sonho

Em meio às dificuldades, friburguense de 22 anos de idade transforma o verbo desistir em persistir
quarta-feira, 03 de fevereiro de 2016
por Vinicius Gastin
(Foto: Facebook)
(Foto: Facebook)

A luta não é fácil. Tanto dentro dos ringues quanto fora deles. O caminho entre a pesada rotina de treinos e a oportunidade de subir ao octógono, decágono ou qualquer outro tipo de espaço é longo, e reserva obstáculos que levam muitos à desistência. O sonho de Jorge Coutinho, friburguense de 22 anos de idade, transforma o verbo desistir em persistir. Em meio às dificuldades, o lutador tenta levar à frente o projeto de se tornar mais um atleta de Nova Friburgo a ter sucesso no mundo das artes marciais.

“O meu interesse pela luta surgiu por pura vaidade, apenas para dizer que eu lutava alguma coisa. Mas com o tempo tudo foi ficando mais sério. Eu fui amadurecendo e hoje vejo a arte marcial como um estilo de vida e uma profissão”, resume.

A vaidade, de fato, fez aparecer o grande potencial de Coutinho para brilhar no esporte. A percepção e o talento o fizeram aceitar o desafio de lutar também contra a falta de apoio. “Comecei a ver que poderia ser uma profissão quando comecei a conquistar títulos amadores importantes e receber elogios por isso. Enfrentei muitas dificuldades no caminho, desemprego, falta de apoios e patrocínios. Depois de algumas lutas que fiz houve sim alguns contatos, mas nada concreto no momento. Essas lutas me deram muita visibilidade, e sei que muita coisa boa ainda vai acontecer”, avalia Coutinho.

Momentos marcantes em 2015

Dificuldades estas que ainda são uma realidade para Jorge Coutinho. No entanto, ele as enfrenta e consegue fazer dos obstáculos uma ponte para alçar voos maiores. Já acostumado ao sucesso em eventos de nível estadual e nacional, subiu um degrau importante em julho do ano passado, quando teve uma de suas grandes oportunidades: foi convidado para fazer a luta de abertura da 79ª edição do Jungle Fight, no Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande, na Zona Oeste carioca. O atleta aproveitou a chance, demonstrou boa técnica e resistência e venceu Dennys Ferreira por decisão unânime dos juízes.

O evento é considerado como o maior de MMA da América Latina, e reúne 600 atletas de diversas nacionalidades e modalidades, divididos em sete categorias de peso. Grandes nomes do MMA mundial, como José Aldo, Fabrício Werdum, Renan Barão, Lyoto Machida e Rogério Minotauro iniciaram as carreiras no Jungle. Na edição de número 79, da qual o friburguense participou, havia dois cinturões em jogo. Os combates foram transmitidos, inclusive, por emissoras de televisão especializadas.

“A experiência foi fantástica, era tudo o que eu sempre pedi a Deus. Lutei nos maiores eventos de luta da América Latina, o que é um sonho de muitos, mas Deus me escolheu. Depois disso, mudou muita coisa, pois melhorei minha postura, minha rotina de treinos e hoje sou um profissional no que eu faço. Sem perder jamais a humildade, é claro”, ressalta.

Logo depois do triunfo, Coutinho voltou à rotina de treinos em Nova Friburgo, e dedicou-se principalmente ao kickboxing, que é a sua especialidade. Uma nova oportunidade surgiu no maior evento de luta em pé da América Latina, o WGP. Jorge Coutinho fez a luta que inaugurou o card principal do evento, na categoria 60 quilos, contra Dennys Ferreira.

“Meu grande objetivo é ter 100% de aproveitamento, vencer tudo o que for possível. Minha especialidade são os chutes baixos, conhecidos como Low Kicks. Estou me aprimorando cada dia mais, treinando mais joelhadas e técnicas da modalidade K1, para que eu possa estar mais completo nas próximas oportunidades que virão”, prevê.

Primeiro desafio do ano

Dentre as oportunidades pretendidas, uma já tem até mesmo data marcada. No mês de fevereiro, Jorge Coutinho participa da Copa Maurício Cristino, competição que vai marcar sua estreia no boxe amador. O atleta friburguense treina forte com o professor Marcus Nunes, em busca de bons resultados também nesta modalidade. A inspiração vem de Nova Friburgo, e cruza as fronteiras do Brasil. Edson Barboza, atualmente no UFC, e Marlon Moraes, detentor do cinturão do WSOF, são exemplos para o jovem lutador buscar o próprio espaço no universo das artes marciais.

“Eles são sim, uma grande inspiração. Acompanho há muito tempo os dois, e são profissionais e pessoas excelentes, acima de tudo muito humildes”, diz Coutinho. Para tanto, ele mantém uma rotina regrada de treinos e alimentação. Muitas vezes, precisa abrir mão de momentos que seriam comuns para uma pessoa de sua idade. A vida de atleta, entretanto, exige renúncias e reconhecimento a quem aposta no sonho e ajuda a tentar torná-lo realidade.

“Preciso agradecer meu professor Marcus Nunes e toda turma da academia Burn/Clube de Luta, além dos meus patrocinadores. São eles a Auto Escola Elit, a FisioClinic Fisioterapia, Thuler Tattoo e Iron Man Suplementos”, enumera.

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TAGS: artes marciais
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