​Jhennifer Alves fatura dois ouros e quebra recorde nos 50 metros peito

Nadadora de Nova Friburgo competiu no Troféu José Finkel realizado no último fim de semana
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
por Vinicius Gastin
hennifer exibe a medalha conquistada: nadadora fecha o ano com título importante (Foto: Divulgação)
hennifer exibe a medalha conquistada: nadadora fecha o ano com título importante (Foto: Divulgação)

Depois da histórica participação nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Jhennifer Alves ainda tinha alguns momentos especiais reservados para este ano. A nadadora de Nova Friburgo faturou duas medalhas de ouro no Troféu José Finkel, realizado no último fim de semana no Clube Internacional de Regatas, em Santos-SP. A eficiência e talento do nado que a levou às duas conquistas também rendeu à Jhenny o recorde sul-americano nos 50 metros peito, sua especialidade, com o tempo de 30 segundos e 31 centésimos. Além desse, a friburguense de apenas 19 anos também levou o título nos 100 metros peito, e ficou muito próxima do recorde sul-americano, com o tempo de um minuto, seis segundos e 55 centésimos.

Jhennifer foi uma das seis nadadoras do Pinheiros, sua equipe, a superar marcas na principal competição de natação do Brasil. Também foram recordistas Joanna Maranhão, Manuella Lyrio, Viviane Jungblut, Daiene Dias e Etiene Medeiros. O Campeonato Brasileiro Absoluto contou com 39 novos recordes, sendo 11 sul-americanos, 12 brasileiros e 16 de campeonato.

A competição também foi a única seletiva para o Mundial em 25 metros da Federação Internacional de Natação (Fina), que acontecerá na cidade canadense de Windsor, de 6 a 11 de dezembro. Os índices correspondiam ao quinto melhor tempo do Mundial de 2014 para provas individuais e ao terceiro lugar para os revezamentos. Cinco nadadores conquistaram índices em Santos em oito provas (Felipe França, Leonardo de Deus, Etiene Medeiros, Thiago Simon e Nicholas Santos), que segundo os critérios estabelecidos pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), convocará por ordem de índice técnico nas provas olímpicas individuais, independente de sexo até completar 16 atletas na equipe.

O recorde de Jhenny

O caminho de Jhennifer rumo aos dois títulos foi marcado pela expectativa pelas quebras de recordes. O desempenho nas piscinas nos primeiros dias de competição dava indícios de que essa seria uma possibilidade bastante possível. No quarto dia de provas do Troféu José Finkel, a atleta de Nova Friburgo já havia ficado a apenas oito centésimos do recorde sul-americano dos 100 metros peito em piscina curta. A marca atual, 1m06s49, é de Tatiane Sakemi, alcançada na etapa da Copa do Mundo de Berlim, em 2009. A nadadora, que defende o Pinheiros, fez, na última série da prova, o tempo de 1m06s57.

Nas últimas provas Jhennifer Alves conseguiu superar os seus melhores tempos para bater o recorde sul-americano dos 50 metros peito feminino, que era de Tatiane Sakemi desde 2009. Jhenny fez 30 segundos e 31 centésimos, superando a marca de Tatiane, que era 30 segundos e 50 centésimos. “Eu sempre tive essa vontade, esse sonho de quebrar um recorde sul-americano. No primeiro dia eu não nadei muito bem, classifiquei apenas com o quinto tempo e não estava entre as favoritas. Mas no dia seguinte dei um abraço no meu pai, fui para a piscina e tudo deu certo”, comenta.

O índice que garante participação no Mundial em Piscina Curta de Windsor, no Canadá, em dezembro é 1m04s82, que acabou não sendo alcançado. No entanto, Jhenny terá uma nova oportunidade no final do ano, em competição que também será classificatória para o torneio.

“Há ainda a questão dos altos custos. Pode ser que a Fina considere os tempos de competições anteriores, e o histórico recente dos nadadores. Tenho boas chances de ainda estar no Mundial. E com o nível dos nadadores brasileiros e nossos tempos a possibilidade de medalha é grande”, projeta.

Ano da afirmação

O ano de 2016 ainda não terminou, mas já se tornou marcante para Jhennifer Alves. Por vários motivos. A participação nas Olimpíadas e as duas medalhas de ouro no Troféu José Finkel são resultado de uma grande luta para superar obstáculos, desde os adversários até a mudança do Rio de Janeiro para São Paulo. A falta de apoio na capital fluminense levou a jovem friburguense a buscar outros horizontes, e o Pinheiros abriu as portas para recebê-la no início do ano.

Aos 19 anos, Jhennifer Alves projeta novos momentos como os que foram vividos esse ano, embora algumas metas ainda estejam na mira. A participação nas Olimpíadas de Tókio, em 2020, passa a ser o maior sonho para o futuro próximo. “As Olimpíadas são um sonho para qualquer atleta. Eu vivi e já acordei dele, mas como dizem, não há quem participe dos Jogos e não queira voltar”, revela Jhenny.

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