IPRJ celebra 20 anos e inspira Uerj a superar a sua maior crise

Tendo sobrevivido a obstáculos políticos, econômicos e climáticos, campus friburguense é exemplo de superação
sábado, 24 de junho de 2017
por Márcio Madeira
O professor Norberto Cella discursa, sendo observado pelo deputado Wanderson Nogueira, pelo prefeito Renato Bravo, pelo reitor Ruy Garcia Marques e pelo ex-deputado Carlos Guimarães, autor da lei que incorporou o IPRJ à Uerj. A vice-reitora Maria Georgina; o diretor do IPRJ, professor Ricardo Barros; e o presidente da Câmara Municipal, vereador Alexandre Cruz não aparecem na imagem, mas também compuseram a mesa (Foto: Weslwy Aldivino de Oliveira)
O professor Norberto Cella discursa, sendo observado pelo deputado Wanderson Nogueira, pelo prefeito Renato Bravo, pelo reitor Ruy Garcia Marques e pelo ex-deputado Carlos Guimarães, autor da lei que incorporou o IPRJ à Uerj. A vice-reitora Maria Georgina; o diretor do IPRJ, professor Ricardo Barros; e o presidente da Câmara Municipal, vereador Alexandre Cruz não aparecem na imagem, mas também compuseram a mesa (Foto: Weslwy Aldivino de Oliveira)

Resiliência e excelência. A história dos vinte anos do campus regional da Uerj em Nova Friburgo poderia ser resumida através destas duas palavras. Um sentimento geral, manifestado pelo mestre de cerimônia Marcelo Verly, servidor do Instituto Politécnico desde agosto de 1991, ainda no início da solenidade que celebrou os 20 anos da promulgação do ato de criação.

“É uma história de muita resiliência. O IPRJ reflete muitas das características de Nova Friburgo. Ao longo de nossa história tivemos muitos desafios, grandes oportunidades, grandes conquistas, mas em especial destaca-se a superação dos grandes problemas que surgiram ao longo deste período, e a certeza de sempre saímos mais fortes do que estávamos anteriormente. É esta a principal mensagem que o instituto dá à sociedade ao completar os 20 anos do campus”, avaliou Verly.

Ao longo de pouco mais de duas horas houve espaço para diversos depoimentos das muitas autoridades presentes. Nenhum deles, no entanto, mais tocante do que as palavras do aluno Arthur Moura Pereira da Silva, presidente do Centro Acadêmico, que deu rosto e nome à frieza das estatísticas que indicam o corte do pagamento de bolsas de estudo, ao narrar a situação de um colega estrangeiro que veio estudar aqui e, passando fome, precisou da mobilização dos colegas para que pudesse se alimentar.

O quadro atual da Uerj foi descrito pelo reitor Ruy Garcia Marques, presente ao evento, como uma “situação aviltante, desumana, a mais profunda e duradoura crise já enfrentada pela instituição, que chega a colocar a própria vida de alguns servidores em risco”. Instantes mais tarde, em declaração para A VOZ DA SERRA, o reitor ressaltou o valor do IPRJ entre os muitos campi da maior universidade estadual do Rio de Janeiro. “A importância é total. Apostamos neste sonho 20 anos atrás, e o crescimento observado ao longo destas duas décadas mostra que a Uerj estava certa. O IPRJ é um grande orgulho para toda a universidade, e também uma fonte de inspiração. A história da Uerj é uma história de luta, de superação. Ela sempre venceu as crises que enfrentou, e vai superar esta também”, encerrou o reitor.

Mostra deste espírito acadêmico inquebrantável foi dada pela vice-reitora, Maria Georgina, durante seu emocionado discurso. Ao dirigir-se ao prefeito Renato Bravo, muitos poderiam imaginar que faria algum pedido, ou até mesmo alguma cobrança. Em vez disso, contudo, Georgina estendeu-lhe a mão, e solicitou uma audiência a fim de apresentar maneiras pelas quais a Uerj pode ajudar a municipalidade, inclusive no estabelecimento de um polo turístico da Região Serrana, aproveitando a presença da universidade em Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis.

Em depoimento para AVS, Renato Bravo mostrou-se empolgado com a ideia. "Tive a oportunidade de acompanhar o nascimento do Instituto Politécnico, quando era vereador. E é uma honra muito grande estar aqui, vendo a instituição celebrar vinte anos. Tenho certeza de que ele vai durar para sempre. A Uerj e o IPRJ podem contar com o governo municipal. Já aceitei a proposta da vice-reitora Maria Georgina para a realização de uma audiência, a fim de estabelecermos essa parceria na construção de um polo turístico da Região Serrana.”

O deputado estadual Wanderson Nogueira resumiu o entendimento de todos os presentes. “A Uerj não faz parte da crise do Rio de Janeiro; a Uerj é a solução para a crise.” Diretor do IPRJ, o professor Ricardo Barros, ao longo de sua apresentação, declarou que o campus regional já formou 628 engenheiros, 233 mestres e 88 doutores, e este número continua a crescer, apesar das dificuldades. Mas, levando-se em conta a grande epopeia que começou em 1989 e atravessou períodos de enorme inflação, mudanças radicais de gestão, profissionais sem contrato, a transição para a Uerj, a morte de dois diretores e a superação de duas intempéries de enormes proporções, não seria exagero dizer que o IPRJ, mais do que isso, formou 949 guerreiros, no mais elevado dos sentidos.

Vida longa ao Instituto Politécnico do Rio de Janeiro!

 

 

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TAGS: UERJ | Educação
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