Iphan e ICMBio vistoriam Praça Getúlio Vargas hoje

Especialistas reunirão informações para o novo laudo que dará suporte às ações de revitalização do local. Irregularidades foram identificadas nos laudos anteriores
quarta-feira, 01 de julho de 2015
por Jornal A Voz da Serra
A Praça Getúlio Vargas foi tombada como patrimônio histórico pelo Iphan, em 1976, em razão do projeto de Glaziou.
A Praça Getúlio Vargas foi tombada como patrimônio histórico pelo Iphan, em 1976, em razão do projeto de Glaziou.

Uma nova vistoria técnica dos eucaliptos da Praça Getúlio Vargas, no centro de Nova Friburgo, foi marcada para a manhã desta quinta-feira, 2. Uma equipe de especialistas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade  (ICMBio) está na cidade para reunir informações que embasarão um terceiro laudo sobre a situação das árvores centenárias que ainda restam no local. Ontem, 1º, inclusive, mais um galho caiu na praça, próximo a um ponto de táxi. Não houve vítimas.Em maio, o superintendente regional do Iphan, Ivo Barreto, afirmou, em reunião realizada na Câmara de Vereadores, que o terceiro laudo é necessário, depois que integrantes do movimento social “Abraço às Árvores – SOS Praça Getúlio Vargas” identificaram falhas nos dois laudos que orientaram a operação de poda e cortes das árvores realizada na praça pela Prefeitura de Nova Friburgo.

De acordo com um estudo produzido pelos ativistas, a quantidade de árvores que deveriam ser cortadas é muito diferente no laudo produzido a pedido da Prefeitura por técnicos da Universidade Estácio de Sá e no laudo da Technische, empresa contratada pelo Iphan para realizar o estudo técnico. “O laudo do Iphan sugere que 52 árvores sejam cortadas a mais do que o laudo da Estácio. A diferença é de quase 50%. Isso é, cientificamente, muito grave”, disse o arquiteto e ativista Alessandro Rifan durante a reunião na Câmara.

O método usado pelos técnicos nos dois primeiros laudos foi o da análise visual, ou seja, o interior das árvores, chamado cerne, não foi avaliado pelos especialistas da Estácio e do Iphan. “Nós consideramos esse método raso. O que nós queremos é um laudo do risco de queda, que seja feita uma radiografia das árvores”, esclareceu Rifan. 

Os integrantes do grupo “Abraço às Árvores – SOS Praça Getúlio Vargas” querem evitar que outras árvores sejam cortadas sem necessidade durante as atividades do projeto de revitalização da praça. Eles ainda pedem rigor na apuração dos fatos e que os responsáveis respondam pelas irregularidades na operação. Mas, a pauta principal do grupo é que a revitalização mantenha as características originais do projeto do paisagista francês, Auguste François Marie Glaziou — o mesmo que projetou os jardins do Nova Friburgo Country Clube, a Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, e o jardim do Museu Imperial, em Petrópolis. A Praça Getúlio Vargas foi tombada como patrimônio histórico pelo Iphan, em 1976, em razão do projeto de Glaziou.

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