Índice de demissões sobe 57% em Nova Friburgo

Comércio e indústria da transformação foram os setores com maior número de desligamentos em agosto
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
por Dayane Emrich
Índice de demissões sobe 57% em Nova Friburgo

Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de agosto, divulgados pelo Ministério do Trabalho, apontam um aumento das demissões em Nova Friburgo. No oitavo mês do ano foram computadas 1.154 admissões contra 1.258 desligamentos, isto é, um saldo de 104 vagas de trabalho a menos no município. Comparado ao mês de julho, que teve 66 postos de trabalho fechados, o número de demissões cresceu 57% em Nova Friburgo. 

De acordo com os dados do Caged, o comércio foi o setor que mais demitiu (422 desligamentos), seguido da indústria da transformação (421) e dos serviços (349 postos de trabalho fechados). Ao contrário de outros setores, a construção civil aumentou as contratações em relação ao número de desligamentos. Foram 40 novos postos de trabalho, contra 33 demissões. No ramo da extração mineral o saldo também foi positivo: sete admissões e apenas um desligamento. 

Ainda conforme o Caged, que traz um levantamento detalhado dos setores que mais abriram e os que mais fecharam vagas, além da variação absoluta de 30 dias, o mês de agosto repete o resultado negativo dos demais meses do ano, com exceção de abril, que teve o número de admissões maior que o de desligamentos. 

Segundo o Ministério do Trabalho, somente nos primeiros seis meses de 2016, as demissões superaram as contratações com carteira assinada em Nova Friburgo. Foram 493 postos de trabalho a menos no mercado. Se comparados aos números registrados em 2015, os dados chamam ainda mais atenção, já que, de janeiro a junho do ano passado, o município registrou saldo positivo de seis vagas. 

“Eu trabalhava há três anos em uma confecção, mas fui demitida no início do ano. Desde então estou procurando por algo. Já deixei currículo em lojas, outras confecções, mas ainda não tive nenhuma resposta positiva”, afirmou Fernanda Moura, de 28 anos, acrescentando que “seria um alívio começar 2017 empregada”. 

Para os meses de setembro e outubro, a expectativa é que o saldo entre as admissões e demissões a ser divulgado também seja negativo, principalmente em relação a outubro. O comércio local, pelo menos até agora, não demonstra grande expectativa para a contratação de temporários. 

Falta trabalho para 22,7 milhões de brasileiros

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente a nova Pesquisa por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua). De acordo com o documento, que informa regularmente dados sobre emprego no Brasil, falta trabalho para 22,7 milhões de pessoas, o que representa 13,6% do contingente total de 166,3 milhões de pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais). 

Os números referentes ao segundo trimestre deste ano mostram que 11,6 milhões de brasileiros estão à procura de emprego, mais de 4,8 milhões de pessoas integram o grupo de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas, isto é, trabalham menos do que poderiam, e outros 6,2 milhões compõem a força de trabalho potencial, formada por pessoas que possuem idade para estar trabalhando, mas por algum motivo, no momento da pesquisa, não teriam condição de aceitar um emprego. 

Em julho, a taxa de desocupação bateu 11,3%, com 11,6 milhões de desempregados e no trimestre encerrado em agosto o número de desempregados chegou a 12 milhões e a taxa, a 11,8%. 

Natália Faria, de 21 anos, também faz parte do grupo de brasileiros que estão em busca de emprego. “Estou há mais de um ano tentando uma vaga no mercado. Já deixei currículo em várias lojas, mas até agora não consegui. Talvez, com a aproximação do Natal e do Ano Novo, período de contratação temporária, eu consiga algo, mas não estou muito otimista”, disse.

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TAGS: economia
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