Greve: professores da UFF reivindicam aumento de salário e plano de carreira

sexta-feira, 25 de maio de 2012
por Jornal A Voz da Serra

A greve dos docentes começou na última terça, 22, após se reunirem na assembleia geral da ADUFF, na quinta, 17, no campus do Gragoatá, quando aprovaram a deflagração da greve. Em Nova Friburgo, os professores também aderiram ao movimento, porém, a clínica funcionou precariamente, atendendo somente casos de urgência, já que existem pacientes com quadros que podem evoluir. Ao todo, 108 docentes votaram a favor da greve, havendo apenas um voto contrário e quatro abstenções. A assembleia teve ainda grande participação de estudantes e servidores técnico-administrativos, que manifestaram seu apoio à paralisação. Na saída do encontro, com um carro de som, mais de duzentas pessoas (docentes, técnicos e estudantes) percorreram o campus do Gragoatá, informando a decisão para a comunidade universitária.

Na própria quinta, 17, 33 instituições federais de ensino já tinham aderido à greve nacional dos professores. Outras seções sindicais do ANDES-SN estão com assembleias gerais marcadas e devem deflagrar a greve nos próximos dias. A pauta, definida com base na Campanha 2012 dos professores federais, aprovada no 31º Congresso do ANDES-SN e já protocolada junto ao governo desde fevereiro possui dois pontos principais: reestruturação da carreira docente (prevista no Acordo 04/2011) descumprido pelo governo federal, com valorização do piso e incorporação das gratificações, além de valorização e melhoria das condições de trabalho docente nas Ifes.

A categoria pleiteia carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, variação de 5% entre níveis a partir do piso para regime de 20 horas correspondente ao salário mínimo do Dieese (atualmente calculado em R$ 2.329,35) e percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho. Atualmente o piso é de R$ 557,51 e a malha remuneratória, segundo os grevistas, não obedece a uma sequência lógica.

Os professores também reivindicam melhoria das condições de trabalho dos docentes e servidores técnico-administrativos, assim como das condições de estudo nas universidades e institutos federais. Os professores ressaltam que vivem um processo de expansão das universidades federais, o que levou à precarização das condições de trabalho, com salas lotadas, excesso de disciplinas e de orientações na graduação e na pós-graduação, ausência de laboratórios e estrutura para pesquisa e extensão, além de uma política efetiva de assistência estudantil. Problemas que, para eles, afetam não apenas os docentes, mas também os servidores técnico-administrativos e os estudantes.

Pessoal técnico- -administrativo pode iniciar greve na próxima quarta

Assim como os professores, os técnico-administrativos realizarão assembleia na próxima terça, 29, para decidir se aderem ou não à paralisação. A pauta geral unificada dos técnicos consiste em reajuste salarial de 22,08% (com reposição da inflação de 2010 e 2011), data-base dia 1º de maio, regulamentação da Convenção 151 da OIT e definição de uma política salarial digna para os trabalhadores do serviço público.

Por enquanto, o quadro administrativo está funcionando normalmente, mas até semana que vem a expectativa dos funcionários é que este setor também entre em greve.

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