Funkeiro para show e é agredido por seguranças no Junfri

Jonathan Costa registrou boletim de ocorrência na 151ª DP. e caso será investigado. Além de barulho, moradores reclamam de sujeira
sexta-feira, 13 de outubro de 2017
por Guilherme Alt
O funkeiro imobilizado, em foto divulgada no seu Instagram (Reprodução da internet)
O funkeiro imobilizado, em foto divulgada no seu Instagram (Reprodução da internet)

Terminou em confusão o show do funkeiro Jonathan Costa na 9ª edição dos Jogos Universitários de Nova Friburgo (Junfri). São mais de 500 jogos espalhados pela cidade e quatro festas norturnas, na Via Expressa, Olaria.

Na madrugada de quinta para sexta, 13, segundo a assessoria do cantor, a organização do evento pediu que o funkeiro fizesse o show com o som mais baixo do que o de costume, por conta do alvará que permita som alto e só valia até 2h da manhã. Conforme a apresentação foi acontecendo, o som foi ficando cada vez mais baixo e fez com que Jonathan paralisasse a apresentação, de acordo com a equipe do funkeiro. O show que era para ter a duração de uma hora durou apenas 20 minutos.

Em sua página no Facebook, o cantor relatou o ocorrido. “Assim que chegamos ao evento, os contratantes pediram para que eu tocasse num volume um pouco mais baixo, quase som ambiente. Só depois eu fiquei sabendo que era porque o alvará do evento só valia até as 2h da manhã. Eram três mil pessoas cantando comigo, que foram ali para me ver. E eu tive que parar o som porque não alcançava todo mundo e, com o passar da apresentação, eles iam abaixando cada vez mais. Foi quando eu avisei ao público que iria parar, mas ficaria ali com eles até o final do horário da apresentação, em respeito a eles. Eu sugeri que, já que não teve apresentação, que eles poderiam reivindicar o valor pago no ingresso. Foi quando os seguranças vieram com muita violência para cima de mim e da minha equipe. Quase me mataram! O público começou a gritar: “Não à agressão”, a jogar gelo nos homens que me agrediam, e minha equipe e alguns até subiram no palco para tentar me defender. Foi uma covardia! Só parou porque um policial militar chegou a tempo, me reconheceu e deu a ordem para me soltarem. Se a Polícia Militar não estivesse presente para efetuar o mandato do alvará de som, poderia ter acontecido coisa pior”, escreveu.

Mas, segundo testemunhas, a situação não foi bem assim. De acordo com um homem que preferiu não se identificar, Jonathan e equipe não concordaram em fazer o show com o som baixo e teria insistentemente tentado realizar a apresentação no volume acima do permitido. “Depois de um tempo ele parou o show, e quis jogar o público contra a organização do Junfri e incitou o público a pedir o dinheiro de volta e fazendo duras críticas ao evento. Os organizadores subiram no palco pediram para que se retirasse do local e afirmando que ele seria pago mesmo sem ter realizado o show. Jonathan se recusou a sair do palco e empurrou um dos seguranças e foi aí que aconteceu a confusão”, contou uma pessoa que estava na plateia.

Segundo a assessoria de imprensa de Jonathan, a confusão aconteceu por volta das 3h da manhã e o funkeiro registrou queixa de agressão na 151ª DP, em Nova Friburgo. Ainda de acordo com o representante do artista, os seguranças teriam pedido desculpas a Jonathan pelo ocorrido. A assessoria de imprensa da Polícia Civil confirmou o boletim de ocorrência. "A 151ª DP (Nova Friburgo) vai instaurar procedimento policial para apurar a conduta dos seguranças", diz um comunicado.

Reclamações de moradores

Apesar de o evento trazer  centenas de estudantes para a cidade e mexer com a economia local, os friburguenses não estão tão simpáticos aos jogos. Isso porque a reclamação de muita gente é com relação ao barulho e a sujeira deixada pelos jovens nos locais próximos aos jogos e festas.

As principais reclamações são de moradores do bairro de Olaria. De acordo com eles, as festas tem sido o principal problema. Raphael Pinheiro, em postagem no Facebook, fez duras críticas ao incômodo que as festas na Via Expressa têm gerado. De acordo Raphael, o som alto tem começado por volta da meia noite e tem sido desligado por volta das 5h da manhã.

Frederico Vanelly, que mora em um condomínio próximo ao evento afirma que o som da festa é tão alto que faz tremer o seu apartamento. “Isso já aconteceu nos shows da Marília Mendonça, Maiara e Maraísa e agora no Junfri. Não temos paz quando esses eventos são realizados na Via Expressa. Quando o som da festa acaba, começam os sons dos carros e a gritaria dos estudantes”.

“Quinta-feira o som foi desligado por volta das 4h da manhã, logo depois mais gritaria na rua, som alto dos carros e muita sujeira, e aí eu te pergunto: quem tem que trabalhar, quem tem filho pequeno, como faz? A gente é obrigado a aceitar e ficar por isso mesmo?”, reclamou Raphael nas redes sociais.

A VOZ DA SERRA tentou entrar em contato com a Prefeitura e com a organização do evento para saber como é feita a fiscalização do som e a parte da limpeza, mas, até a atualização desta notícia, não houve resposta.

 

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