Friburgo tem terceiro trânsito mais perigoso para jovens no estado

Informação está em um dos indicadores que compõe um relatório inédito divulgado pela Unesco
sexta-feira, 26 de junho de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Os acidentes nas vias locais têm sido constantes e assustam. Alguns deles são fatais (Amanda Tinoco/A Voz da Serra)
Os acidentes nas vias locais têm sido constantes e assustam. Alguns deles são fatais (Amanda Tinoco/A Voz da Serra)

O trânsito de Nova Friburgo é o terceiro mais violento para os jovens em todo o estado do Rio de Janeiro. A informação está em um dos indicadores que compõe um relatório inédito divulgado pela Unesco em parceria com a Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Ministério da Justiça. Em primeiro lugar no estado está Itaguaí, na Baixada Fluminense, seguida de Teresópolis. No país, os jovens correm mais riscos no trânsito de Parauapebas, no Pará.

O estudo divulgado em maio e intitulado “Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial” faz uma ampla avaliação de fatores adversos que afetam os jovens brasileiros. O relatório posiciona Nova Friburgo com índice 0,638 em mortes de jovens no trânsito. No ranking geral, que leva em consideração além do trânsito, índices como violência, mortalidade por homicídio, frequência à escola, desigualdade e pobreza, Friburgo é a 178º cidade com maior vulnerabilidade juvenil, com média 0,357, classificando o município com média/baixa vulnerabilidade. Se não fosse o trânsito, o município estaria numa posição melhor. Nesta edição do relatório, foram usados dados de 2012. A escala vai de 0 a 1. Quanto maior o valor, maior a desigualdade.

O estudo também apresenta dados colhidos em 2007. Numa rápida comparação com as informações de 2012 é possível constatar que Friburgo manteve média/baixa de vulnerabilidade, mas subiu 49 posições no ranking, ou seja, se aproximou das cidades mais desiguais do país, segundo o índice. Foram analisados 288 municípios com mais de 100 mil habitantes. Os índices mais altos estão na região Nordeste, onde entre os 59 locais analisados 20 têm coeficientes altos. A região com mais localidades analisadas foi a Sudeste, onde os coeficientes foram os mais baixos. De 139 municípios da Região Sudeste incluídos no indicador, somente seis estão no grupo de alta exposição à violência.

“Ao mesmo tempo em que nos assusta ver dados como os de Nova Friburgo, nós entendemos a importância de realizar esses diagnósticos. Precisamos ter índices e indicadores para que a gente possa enfrentar o problema. No relatório há informações necessárias para que os governos municipal, estadual e federal desenvolvam políticas que protejam nossos jovens”, disse o secretário nacional de Juventude, Gabriel Medina.

Negros são as maiores vítimas

Os jovens negros são os mais afetados e mais vulneráveis à violência no Brasil. A principal conclusão do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial esta ligada a uma questão histórica, e evidencia que a desigualdade ainda é estrutural no país.

“Os jovens negros com idade entre 12 e 29 anos são duas vezes e meia mais vítimas de homicídio do que o jovem branco”, disse a diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno. Em algumas localidades, a proporção chega a 13 vezes, como é o caso da Paraíba, “que revela um quadro agudo e extremamente grave”, segundo Samira.

Para mudar esse cenário, o secretário nacional de Juventude defende medidas de combate ao preconceito racial. “Temos estados em que a situação é mais grave, portanto existe a demanda de apresentação de uma política, não só de uma que chegue ao território, mas uma que consiga também ter um enfoque de combate ao racismo”, analisa o secretário. “No entanto, é preciso ter duas informações nítidas em nossas análises. A primeira é que a vulnerabilidade tem território: não está espalhada por toda cidade, mas é centrada em bairros e comunidades periféricas. Por isso, precisamos ter atenção especial e atuação focalizada. A segunda é que os dados da vulnerabilidade acusam uma desigualdade racial crônica no país”, disse.

As informações do relatório serão usadas pelo Plano Juventude Viva, uma iniciativa do governo federal que tem o objetivo de reduzir a vulnerabilidade de jovens negros e orientar políticas públicas. O documento está disponível no link http://goo.gl/NxbUFd.

  • Acidentes de trânsito são os que mais vitimam jovens no município (Arquivo A Voz da Serra)

    Acidentes de trânsito são os que mais vitimam jovens no município (Arquivo A Voz da Serra)

  • Acidentes de trânsito são os que mais vitimam jovens no município (Arquivo A Voz da Serra)

    Acidentes de trânsito são os que mais vitimam jovens no município (Arquivo A Voz da Serra)

  • Acidentes de trânsito são os que mais vitimam jovens no município (Arquivo A Voz da Serra)

    Acidentes de trânsito são os que mais vitimam jovens no município (Arquivo A Voz da Serra)

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