Festival de cinema francês termina nesta quarta

Última chance de assistir às produções mais recentes da terra de Godard e Truffaut
terça-feira, 13 de junho de 2017
por Leo Arturius
Festival de cinema francês termina nesta quarta

Até 14 de junho, Nova Friburgo vai exibir as mais recentes produções da França, no Festival Varilux de Cinema Francês, nas salas do Cine Show Cadima. A programação deste ano é composta por 18 filmes, incluindo os mais recentes longas-metragens de François Ozon, Guillaume Canet e Noèmie Saglio, entre outros.

Esta será uma oportunidade única para se inteirar de uma das mais importantes cinematografias do mundo. E apreciar o talento e carisma de atrizes como Emmanuelle Seigner “Lua de Fel“, Marion Cotillard “Piaf”, Emmanuelle Riva “Amor”, Catherine Deneuve “A Bela da Tarde”, Cécile De France “Além da Vida” e Juliette Binoche “A Liberdade é Azul”. E também, a performance de atores como Omar Sy “Intocáveis”, Vincent Lacoste “Lolo”, Vincent Lindon “O Valor de um Homem” e Gérard Depardieu “Astérix e Obélix contra César”.

Confira a programação Varilux:

Quinta 8/6:

14:30 - O reencontro (leg)

16:50 - Frantz

19:05 - Na cama com Victoria Veja a crítica de Leo Arturius

21:05 - Coração e alma

Sexta 9/6:

14:30 - Perdidos em Paris - Veja a crítica de Leo Arturius

16:15 - A vida de uma mulher

18:35 - Um instante de amor Veja a crítica de Leo Arturius

20:55 - Uma família de dois

Sábado 10/6:

15h - A viagem de Fanny Veja a crítica de Leo Arturius

16:55 - Uma agente muito louca Veja a crítica de Leo Arturius

19h - Tal mãe, tal filha Veja a crítica de Leo Arturius

20:55 -  Rock’n’ Roll - Por trás da fama

Domingo 11/6:

14:45 - Tour de France

16:40 - Um Perfil para dois

18:40 - Rodin Veja a crítica de Leo Arturius

21h - Frantz

Segunda 12/6:

14:45 - Na cama com Victoria Veja a crítica de Leo Arturius

16:45 - Tal mãe, tal filha Veja a crítica de Leo Arturius

18:40 - O reencontro Veja a crítica de Leo Arturius

21h -  Na vertical

Terça 13/6:

14:45 - Um instante de amor Veja a crítica de Leo Arturius

16:35 - Rodin Veja a crítica de Leo Arturius

18:55 - A vida de uma mulher

21:15 - Perdidos em Paris

Quarta 14/6:         

14:30 - Uma família de dois

16:45 - Rock’n’Roll - Por trás da fama

19:10 - O filho uruguaio

21:10 - Tour de France

CONFIRA AQUI AS CRÍTICAS DE LEO ARTURIUS

Saiba mais sobre o cinema francês

Durante um bom tempo, o cinema francês ocupou a posição de campeão em exportação mundial, perdida por ocasião da 2ª Guerra Mundial, quando ascendeu o cinema americano, principalmente as produções voltadas para elevar a autoestima da sua população. A produção europeia, de modo geral, caiu, e o idioma francês deixou de ser o padrão mundial. No entanto, a qualidade só aumentou e virou modelo de cinema de autor.

Durante a década de 1960, o movimento cinematográfico denominado Nouvelle Vague, que retratava o amor e um fragmento especial da vida de um indivíduo, e a desconstrução da estética e narrativa do cinema, se consolidou. Estilo que inspirou o movimento Cinema Novo, no Brasil.

Os cineastas mais relevantes desse movimento são: Jean-Luc Godard, François Truffaut, Alain Resnais, Claude Chabrol, Agnès Varda e Jacques Rivette.  Uma boa parte deles era crítico de cinema na revista Cahiers du Cinéma, considerada até hoje uma das mais relevantes publicações do gênero.

Em meio à ebulição artística e reflexão sobre a vida, surge o movimento estudantil Maio de 68: uma onda de protestos iniciada por jovens manifestantes que pediam reformas na área de educação. O movimento tomou proporções revolucionárias, tendo como líder o jovem estudante Daniel Cohn-Bendit, apelidado pela imprensa de “Dani, le Rouge”, por ser ruivo e “anarquista”. O movimento descambou para a maior greve geral da história da França.

No Brasil, o cinema francês foi o nosso queridinho por muitas décadas, a segunda língua mais ouvida nas salas de exibição, só ultrapassada pelo cinema brasileiro, há poucos anos. Curiosamente, a expansão na década de 1980 se deu com a fundação da distribuidora Imovision, pelo francês Jean-Thomas Bernardini, que chegou ao Brasil em 1978, radicando-se em São Paulo. O motivo do investimento, segundo ele, era um só: assistir filmes no seu idioma.

A consequência direta do investimento da França no Brasil, colocou o país na quarta posição mundial em venda de ingressos, algo em torno de 6 milhões anuais, atrás apenas da China (14,7 milhões), EUA e Canadá (14 milhões) e México (5,3 milhões). A França exporta cerca de 500 títulos anuais, enquanto no Brasil se produz por volta de 100 filmes por ano, segundo dados da Ancine.

Participar do Festival Varilux dá a oportunidade de se conhecer melhor um novo idioma, outros hábitos, crenças e valores franceses. Chance de refletir sobre os nossos aspectos culturais a partir do outro, e principalmente baixar a guarda para o novo. É o que nos tira da zona de conforto e altera nossa percepção sobre o mundo. O cinema francês sabe fazer isso melhor do que ninguém.

A abertura para convidados, na quarta, 7, foi um encontro recheado de música, pães, queijos e vinho, e claro, a exibição de um bom filme francês, “Perdidos em Paris”, de Dominique Abel e Fiona Gordon. No primeiro piso do shopping houve a apresentação do coral Allons Chanter, da Aliança Francesa, um encontro de gerações entre as senhoras do coral e jovens da rede pública de ensino. Durante uma hora a música francesa preencheu o ambiente. O ponto alto ficou por conta da interpretação de Edith Piaf, a cantora mais emblemática da França. Os frequentadores do shopping contemplaram a ocasião e muitos comerciantes saíram de seus locais do trabalho para espiar a cantoria.

O hall do cinema ficou lotado com estudantes da Aliança Francesa e amantes da cultura francesa que aproveitaram a oportunidade para trocar ideias por uma hora e meia em um ambiente agradável. Houve muito vinho, pães deliciosos e queijos típicos do país do Palácio de Versalhes. Quando o clima estava no ápice, houve o convite para a sessão de cinema, todos os presentes assistiram ao filme. Após a sessão uma pergunta se repetia em todas as rodas de conversa: quantos filmes vou conseguir assistir no festival?

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