Até 14 de junho, Nova Friburgo vai exibir as mais recentes produções da França, no Festival Varilux de Cinema Francês, nas salas do Cine Show Cadima. A programação deste ano é composta por 18 filmes, incluindo os mais recentes longas-metragens de François Ozon, Guillaume Canet e Noèmie Saglio, entre outros.
Esta será uma oportunidade única para se inteirar de uma das mais importantes cinematografias do mundo. E apreciar o talento e carisma de atrizes como Emmanuelle Seigner “Lua de Fel“, Marion Cotillard “Piaf”, Emmanuelle Riva “Amor”, Catherine Deneuve “A Bela da Tarde”, Cécile De France “Além da Vida” e Juliette Binoche “A Liberdade é Azul”. E também, a performance de atores como Omar Sy “Intocáveis”, Vincent Lacoste “Lolo”, Vincent Lindon “O Valor de um Homem” e Gérard Depardieu “Astérix e Obélix contra César”.
Confira a programação Varilux:
Quinta 8/6:
14:30 - O reencontro (leg)
16:50 - Frantz
19:05 - Na cama com Victoria Veja a crítica de Leo Arturius
21:05 - Coração e alma
Sexta 9/6:
14:30 - Perdidos em Paris - Veja a crítica de Leo Arturius
16:15 - A vida de uma mulher
18:35 - Um instante de amor Veja a crítica de Leo Arturius
20:55 - Uma família de dois
Sábado 10/6:
15h - A viagem de Fanny Veja a crítica de Leo Arturius
16:55 - Uma agente muito louca Veja a crítica de Leo Arturius
19h - Tal mãe, tal filha Veja a crítica de Leo Arturius
20:55 - Rock’n’ Roll - Por trás da fama
Domingo 11/6:
14:45 - Tour de France
16:40 - Um Perfil para dois
18:40 - Rodin Veja a crítica de Leo Arturius
21h - Frantz
Segunda 12/6:
14:45 - Na cama com Victoria Veja a crítica de Leo Arturius
16:45 - Tal mãe, tal filha Veja a crítica de Leo Arturius
18:40 - O reencontro Veja a crítica de Leo Arturius
21h - Na vertical
Terça 13/6:
14:45 - Um instante de amor Veja a crítica de Leo Arturius
16:35 - Rodin Veja a crítica de Leo Arturius
18:55 - A vida de uma mulher
21:15 - Perdidos em Paris
Quarta 14/6:
14:30 - Uma família de dois
16:45 - Rock’n’Roll - Por trás da fama
19:10 - O filho uruguaio
21:10 - Tour de France
CONFIRA AQUI AS CRÍTICAS DE LEO ARTURIUS
Saiba mais sobre o cinema francês
Durante um bom tempo, o cinema francês ocupou a posição de campeão em exportação mundial, perdida por ocasião da 2ª Guerra Mundial, quando ascendeu o cinema americano, principalmente as produções voltadas para elevar a autoestima da sua população. A produção europeia, de modo geral, caiu, e o idioma francês deixou de ser o padrão mundial. No entanto, a qualidade só aumentou e virou modelo de cinema de autor.
Durante a década de 1960, o movimento cinematográfico denominado Nouvelle Vague, que retratava o amor e um fragmento especial da vida de um indivíduo, e a desconstrução da estética e narrativa do cinema, se consolidou. Estilo que inspirou o movimento Cinema Novo, no Brasil.
Os cineastas mais relevantes desse movimento são: Jean-Luc Godard, François Truffaut, Alain Resnais, Claude Chabrol, Agnès Varda e Jacques Rivette. Uma boa parte deles era crítico de cinema na revista Cahiers du Cinéma, considerada até hoje uma das mais relevantes publicações do gênero.
Em meio à ebulição artística e reflexão sobre a vida, surge o movimento estudantil Maio de 68: uma onda de protestos iniciada por jovens manifestantes que pediam reformas na área de educação. O movimento tomou proporções revolucionárias, tendo como líder o jovem estudante Daniel Cohn-Bendit, apelidado pela imprensa de “Dani, le Rouge”, por ser ruivo e “anarquista”. O movimento descambou para a maior greve geral da história da França.
No Brasil, o cinema francês foi o nosso queridinho por muitas décadas, a segunda língua mais ouvida nas salas de exibição, só ultrapassada pelo cinema brasileiro, há poucos anos. Curiosamente, a expansão na década de 1980 se deu com a fundação da distribuidora Imovision, pelo francês Jean-Thomas Bernardini, que chegou ao Brasil em 1978, radicando-se em São Paulo. O motivo do investimento, segundo ele, era um só: assistir filmes no seu idioma.
A consequência direta do investimento da França no Brasil, colocou o país na quarta posição mundial em venda de ingressos, algo em torno de 6 milhões anuais, atrás apenas da China (14,7 milhões), EUA e Canadá (14 milhões) e México (5,3 milhões). A França exporta cerca de 500 títulos anuais, enquanto no Brasil se produz por volta de 100 filmes por ano, segundo dados da Ancine.
Participar do Festival Varilux dá a oportunidade de se conhecer melhor um novo idioma, outros hábitos, crenças e valores franceses. Chance de refletir sobre os nossos aspectos culturais a partir do outro, e principalmente baixar a guarda para o novo. É o que nos tira da zona de conforto e altera nossa percepção sobre o mundo. O cinema francês sabe fazer isso melhor do que ninguém.
A abertura para convidados, na quarta, 7, foi um encontro recheado de música, pães, queijos e vinho, e claro, a exibição de um bom filme francês, “Perdidos em Paris”, de Dominique Abel e Fiona Gordon. No primeiro piso do shopping houve a apresentação do coral Allons Chanter, da Aliança Francesa, um encontro de gerações entre as senhoras do coral e jovens da rede pública de ensino. Durante uma hora a música francesa preencheu o ambiente. O ponto alto ficou por conta da interpretação de Edith Piaf, a cantora mais emblemática da França. Os frequentadores do shopping contemplaram a ocasião e muitos comerciantes saíram de seus locais do trabalho para espiar a cantoria.
O hall do cinema ficou lotado com estudantes da Aliança Francesa e amantes da cultura francesa que aproveitaram a oportunidade para trocar ideias por uma hora e meia em um ambiente agradável. Houve muito vinho, pães deliciosos e queijos típicos do país do Palácio de Versalhes. Quando o clima estava no ápice, houve o convite para a sessão de cinema, todos os presentes assistiram ao filme. Após a sessão uma pergunta se repetia em todas as rodas de conversa: quantos filmes vou conseguir assistir no festival?
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