Famílias desocupam prédio no Prado destruído por incêndio

Imóvel foi parcialmente interditado pela Defesa Civil. Polícia Civil investiga as possíveis causas
quinta-feira, 25 de janeiro de 2018
por Alerrandre Barros
O prédio queimado no dia seguinte ao incêndio (Foto: Henrique Pinheiro)
O prédio queimado no dia seguinte ao incêndio (Foto: Henrique Pinheiro)

Moradores começaram a desocupar, no fim da manhã desta quinta-feira, 25, os dois últimos andares do prédio residencial e comercial que foi atingido por um incêndio que começou em uma loja no térreo, no início da noite de quarta-feira, 24, no Prado, distrito de Conselheiro Paulino. Com sacolas e malas, as famílias foram para casa de parentes e receberam ajuda de uma igreja evangélica. O prédio foi parcialmente interditado pela Defesa Civil.

“Os quartos da minha filha e do meu enteado foram completamente queimados. Perdemos tudo o que tinha dentro”, disse uma das moradoras que, emocionada, não se identificou para a equipe de reportagem. “Estamos indo para a casa de parentes, porque o nosso apartamento foi interditado. Os outros moradores também, por causa da sujeira, do cheiro forte de fumaça. A energia também foi cortada, então, não tem luz no prédio”, informou a moradora, visivelmente abalada.

No térreo, proprietários e funcionários da loja de autopeças Líder, e da Farsan, que vendia baterias e outros acessórios para automóveis, no local, há mais de 30 anos, também faziam a limpeza e contabilizavam o prejuízo. Dentro das lojas, tudo foi destruído. Na calçada, radiadores e volantes de carros, ainda embalados, se amontoavam, queimados. De alguns pedaços de madeiras ainda saía fumaça.

“O fogo começou na loja ao lado. Perdemos 95% de tudo o que tínhamos”, disse o proprietário da Farsan, Gilcimar Veloso de Farias, com as mãos sujas de fuligem. Ele não estimou o valor do prejuízo. “Agora é tentar reconstruir”, disse, resignado, o empresário, que também é professor e empregava quatro funcionários.   

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo começou por volta das 18h30 em uma das lojas e se propagou rapidamente devido aos materiais altamente inflamáveis, como madeira, plástico e borracha. As lojas já haviam encerrado o expediente. Moradores dos apartamentos desceram e ninguém se feriu, mas alguns tiveram que ser atendidos por paramédicos porque ficaram nervosos com a situação.

Perícia deve identificar a causa do incêndio

A fumaça preta pôde ser vista de vários pontos de Conselheiro. Centenas de pessoas acompanharam a ação do Corpo de Bombeiros, que deslocou seis viaturas para atuar no controle das chamas. Um caminhão-pipa da Águas de Nova Friburgo também foi usado na ação. O trânsito no trecho da Avenida Governador Roberto Silveira, na esquina com Rua Rosa Pinheiro, onde fica o prédio (ao lado da Rezende Materiais de Construção), foi interditado. A PM atuou no controle do tráfego em ambos os sentidos. Veículos tiveram que desviar por ruas paralelas. Não houve congestionamentos.   

O comandante do 6º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM), em Nova Friburgo, coronel Fábio Gonçalves, disse que as chamas foram controladas às 23h30, mas agentes da corporação permaneceram nos arredores do prédio até 4h desta quinta-feira, 25, para evitar que focos surgissem provocando outro incêndio, com risco de se alastrar pelo restante do imóvel.

“Bombeiros e Polícia Civil vão realizar perícia para identificar a causa do incêndio. O laudo deve sair dentro de 30 a 60 dias. Há indícios de que pode ter sido algum curto na rede elétrica. A estrutura do prédio é antiga e moradores disseram que tinham problemas com quedas repentinas de energia”, disse o coronel Fábio Gonçalves. O caso foi registrado na 151ª Delegacia de Polícia.

Na manhã de ontem, o acesso à rua pela avenida estava bloqueado. Bombeiros e agentes da Defesa Civil voltaram ao prédio para vistoriar a estrutura e interditaram as duas lojas e dois apartamentos que sofreram mais danos. Pisos soltaram do chão e forros de PVC envergaram devido ao calor do fogo. O prédio apresentou rachaduras. Os outros quatro apartamentos podem ser ocupados, mas precisam passar por limpeza.

“Orientamos os proprietários a contratarem um engenheiro civil para fazer o escoramento do prédio e análise da estrutura. Parte do prédio fica interditada até que sejam feitas as obras necessárias e atendidos os requisitos de segurança”, explicou o secretário de Defesa Civil, coronel João Paulo Mori.

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