“Falta gestão na saúde de Nova Friburgo”, afirma Renato Bravo

Novo prefeito anuncia dois novos nomes para o comitê especial e promete choque de gestão no setor
sexta-feira, 06 de janeiro de 2017
por Karine Knust
Prefeito estava acompanhado da equipe do novo comitê gestor da Saúde (Foto: João Luccas Oliveira)
Prefeito estava acompanhado da equipe do novo comitê gestor da Saúde (Foto: João Luccas Oliveira)

O novo prefeito Renato Bravo apresentou nesta sexta-feira, 6, em coletiva de imprensa, mais nomes que vão compor a equipe do Comitê Gestor de Saúde, lançado na última segunda-feira, 2, primeiro dia de mandato. As profissionais que irão participar do comitê são Michele Silvares, que assume o cargo de subsecretária hospitalar, e Monica Almeida, responsável pelo planejamento e articulação da secretaria de Saúde.

De acordo com Renato Bravo, o grupo foi criado para que seja tomada uma das principais medidas do setor: o choque de gestão. “Desde o início da semana, temos realizado reuniões técnicas de levantamento de dados para entender de forma ampla e profunda em que situação se encontra a saúde do município atualmente. Hoje tudo é emergencial no Raul Sertã, por exemplo, no que diz respeito a obras e serviços. Não há gestão no hospital. Os problemas e questões são variados, temos que ter muita tranquilidade e cautela para tomar a decisão certa e avançarmos para uma política de saúde que atenda as necessidades de todos. Nenhuma possibilidade está descartada em termos de gestão, desde que seja o melhor para o usuário”, afirmou o prefeito.

Ainda segundo Renato, na próxima semana serão anunciados os nomes das pessoas que irão compor a equipe de direção e administração do Hospital Municipal Raul Sertã e da Maternidade. Sobre a situação da UPA, o prefeito afirmou: “Queremos manter a UPA aberta, porém com uma adequação do processo de contratação. Ainda estamos em um processo de levantamento de dados, fazendo um diagnóstico da área de Recursos Humanos para a partir daí traçarmos a programação conforme previsto”.

Para a subsecretária Michele Silvares, que inicialmente também acumula a função de diretora geral do hospital e maternidade, a situação do Raul Sertã é a maior preocupação do comitê. “Existem equipes para o hospital, mas não existem fluxos de trabalhos definidos para isso. Conseguimos mapear escalas com problemas para a partir daí melhorar o fluxo de atendimento. Hoje nós temos uma estrutura grande, mas sem definição de setores de trabalho. Quanto aos medicamentos, identificamos algumas faltas, mas já estamos repondo e fazendo um levantamento das necessidades da rede como um todo”, revela Michele. 

Na reunião com a imprensa na manhã desta sexta-feira, Renato Bravo ainda afirmou que apenas na segunda quinzena deste mês terá acesso a toda a situação financeira da saúde municipal, já que as contas do último governo só estão previstas para fechar no dia 16 de janeiro. 

Atenção básica

Outro ponto importante citado na coletiva é a descentralização do atendimento e a intensificação da Atenção Básica do município. De acordo com o responsável pela área, Luiz Hubner, a mudança diminuiria a demanda do Raul Sertã e facilitaria a população em termos de deslocamento, já que parte dos atendimentos seria suprido pelas Unidades Básicas de Saúde.

“Saúde não é ausência de doença e sim qualidade de vida. Para isso é preciso que os setores estejam articulados e agindo o ano inteiro. Temos muitos desafios em relação à atenção básica. Um deles é sobre a imunização. Todas as vacinas são centralizadas nas policlínicas e isso é uma questão que precisa ser resolvida com urgência. Não tem cabimento uma mãe se deslocar de uma localidade distante para trazer uma criança para se vacinar no centro da cidade. Saúde deve ser feita de forma descentralizada e trabalhando de forma articulada com o Conselho Municipal de Saúde, Associações de Moradores, vamos transformar essa situação”, afirma Hubner. 

Combate ao Aedes Aegpyti

Ainda foi anunciada nesta sexta, a primeira grande mobilização municipal do ano para o enfrentamento ao mosquito Aedes aegpyti. A ação, que contará com a participação das Forças Armadas, acontecerá nos próximos dias 17, 18 e 19 de janeiro. 

“O tema aedes é nacional e não envolve apenas o setor de saúde. A participação da sociedade civil é fundamental para o enfrentamento do mosquito. Estamos fazendo, em parceria com Vigilância Ambiental e Saúde, o que chamamos de Liraa, que é o Levantamento do Índice de Infestação do Aedes Aegpyt, trabalhando com os bairros onde tivemos maior incidência no ano passado. A partir disso, buscaremos reestruturar todo o processo de acolhimento dos cidadãos que porventura forem identificados com algum tipo de comportamento que tem a ver com a possibilidade de estarem desenvolvendo esses componentes de zika, chikungunya ou a dengue”, diz o doutor em saúde pública e coletiva e membro do comitê, Gilson Saippa. 

A mobilização de enfrentamento ao Aedes ainda contará com a participação de grupos de teatro locais. “A participação dos artistas será uma forma lúdica de conscientização da população, principalmente junto às crianças, que são formadoras de opinião, multiplicadoras e que compram as ideias com muita força. Além de, com isso, valorizar os artistas locais”, conclui Renato Bravo. 

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