Estado bate recorde de autorização familiar para doação de órgãos

ara o secretário estadual de Saúde, Felipe Peixoto, o aumento do número de autorizações se deve à conscientização da população fluminense
quinta-feira, 02 de julho de 2015
por Jornal A Voz da Serra

Mais famílias estão dizendo “sim” à doação de órgãos para transplantes no Rio de Janeiro. No primeiro trimestre de 2015 o estado atingiu a marca de 64,5% de autorizações de familiares diretos para a doação de órgãos de pacientes com morte encefálica. Esta é a primeira vez que o Rio de Janeiro ultrapassa a margem histórica de 60% neste tipo de autorização, nos últimos cinco anos, desde a criação do Programa Estadual de Transplantes (PET), em 2010.
Há pouco mais de dois meses, a Secretaria estadual de Saúde lançou a campanha Doe+Vida, que busca conscientizar a sociedade a respeito da importância de discutir a doação de órgãos. A campanha conta com um site — doemaisvida.com.br — onde as pessoas que queiram se declarar doadoras podem se cadastrar e imprimir seu cartão virtual Doe+Vida. 

Para o secretário estadual de Saúde, Felipe Peixoto, o aumento do número de autorizações se deve à conscientização da população fluminense, além de ser resultado de um conjunto de ações — principalmente, do investimento e da estruturação do sistema de doação de órgãos e transplantes no RJ.

“O PET vem batendo recordes desde a sua criação. Hoje temos um programa estruturado e eficiente, mas a realização de transplantes não depende somente disso. Sem órgãos doados, não há transplantes. É preciso que as pessoas se informem e discutam o assunto entre suas famílias. A doação de órgãos é um ato de amor que pode salvar muitas vidas”, destacou o secretário.

Atualmente, o Rio de Janeiro é segundo estado do país no ranking nacional de doações de órgãos. De acordo com o coordenador do PET, Rodrigo Sarlo, os números também mostram a mudança no comportamento das famílias quanto à doação. Por trás dos números, está a atuação de equipes especializadas na Coordenação Familiar, responsáveis pelo suporte aos familiares de potenciais doadores, e o lançamento de campanhas de incentivo à doação.

CAMPANHA DOE+VIDA – A campanha busca incentivar a sociedade a discutir o tema doação de órgãos. Lançada no último dia 26 de abril, a Doe+Vida conta um site — doemaisvida.com.br —, onde as pessoas que querem se declarar doadoras podem se cadastrar e imprimir seu cartão virtual. Ao fazer o cadastro, também é possível incluir foto e compartilhar com amigos e familiares nas redes sociais. Vale lembrar que a legislação brasileira determina que somente familiares diretos podem autorizar a doação de órgãos de pacientes com morte encefálica. Não existe nenhum documento que possa ser deixado, em vida, para garantir a doação. Por isso, declarar a vontade de ser doador entre as famílias é a melhor forma de fazer com que a vontade seja conhecida e respeitada.

Entre os motivos mais comuns para a não autorização da doação de órgãos estão a falta de consenso entre os parentes, que, muitas vezes, desconhecem qual seria a vontade do paciente, e também a falta de compreensão de que a morte encefálica é um diagnóstico irreversível.

PROGRAMA ESTADUAL DE TRANSPLANTES - O PET é responsável por coordenar as atividades referentes à doação de órgãos no Rio de Janeiro e, desde a sua criação, o programa tirou o RJ da lanterna e colocou o estado em segundo lugar no ranking nacional de doações no país. Em cinco anos foram mais de 5,4 mil vidas salvas. O número de doações vem registrando aumento ano após ano - em 2015, até abril, foram realizadas cem doações, número que já é maior do que o total de doações realizadas em 2010, quando foram realizadas 80 doações no ano inteiro. Atualmente, mais de duas mil pessoas aguardam na lista por um transplante no estado do Rio de Janeiro.

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