Escola JK: alunos transferidos, pais preocupados

Embarque e desembarque dos alunos que têm utilizado os ônibus disponibilizados pela Prefeitura para chegar ao novo espaço é tumultuado
sábado, 05 de setembro de 2015
por Karine Knust
Tumulto e falta de sinalização preocupa pais e gera reclamações de comerciantes (Foto: Lúcio Cesar Pereira)
Tumulto e falta de sinalização preocupa pais e gera reclamações de comerciantes (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

O embarque e desembarque dos alunos que têm utilizado os ônibus disponibilizados pela Prefeitura para chegar ao novo espaço da Escola Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira tem dado o que falar. Os alunos passaram a ter aulas no antigo Cêfel, no Paissandu, desde que a escola JK foi fechada devido as más condições estruturais do prédio. No entanto, desde que os alunos passaram a ter que utilizar ônibus para estudar, a redação de A VOZ DA SERRA tem recebido diversas reclamações de pais de alunos e comerciantes do bairro. 

Na última quinta-feira, 3, nossa equipe foi a Varginha para conferir a situação no período mais movimentado do dia, o horário em que o turno da manhã está voltando para casa e o turno da tarde está a caminho da escola e, de fato, o tumulto parece fazer parte da nova rotina.

 “Temos que chegar em frente à escola mais cedo do que antes, por volta das 6h20, para respeitar o tempo de aula, e voltamos ao meio-dia para buscar as crianças. O problema é que nem sempre o ônibus chega no horário marcado. Às vezes chega bem antes do horário e as crianças acabam ficando soltas na rua. A Prefeitura está ajudando a sinalizar, pedindo que os carros passem devagar, mas acho que esse trecho deveria ser fechado no horário de embarque e desembarque para evitar acidentes”, diz Leila Côrrea Marqui, mãe de Raquel, de sete anos. 
Maria José também se preocupa com a segurança da filha: “Esses dias eu entrei no ônibus para pedir a  minha filha Lívia, de sete anos, que colocasse o cinto de segurança. Na hora de colocá-lo percebemos que ele não estava adaptado ao tamanho das crianças menores. Essa novidade se tornou uma aventura. Mas meu medo é acontecer uma freada brusca e as crianças se machucarem. Um adulto tem mais firmeza para se equilibrar, mas os pequenos não”, disse a mãe de aluna. 

“Isso está uma bagunça. Liberaram minha filha sem eu estar por perto. As crianças também correm e atravessam a rua sem olhar, uma loucura. Eu sei que isso não vai mudar muito. Por isso o que mais queremos é que comecem a obra dessa escola logo. A construção do novo prédio já deveria ter começado quando decidiram fechar a antiga. Isso é um absurdo”, também protesta Adriana Moraes da Costa, mãe de Vitória, também de sete anos. 

“Minha neta chegou em casa esses dias falando que ainda nem sabe onde fica o banheiro da nova escola. Até então as crianças estão no espaço do antigo Colégio Cêfel, mas nem sabemos se vão ficar lá até a conclusão da obra”, diz Maria Nilza Guerreiro, avó de Sara, de 10 anos.

“Não sabemos como é a chegada das crianças na escola e nem tampouco tivemos a oportunidade de conhecer o novo espaço. Acho que poderiam marcar uma visitação para os pais”, argumenta Adriana Vieira Martins, mãe de Franciele e Uemerson, de 13 e 14 anos.

A comerciante Renata Teixeira, de 36 anos, também tem sentido os efeitos desta mudança. Segundo ela, a falta de sinalização vertical que esclareça que o estacionamento no trecho é proibido apenas nos horários de embarque e desembarque de estudantes tem espantado a clientela: “O meu estabelecimento é uma locadora, quando um cliente vem até aqui ele quer escolher um filme com calma, mas com as faixas amarelas pintadas e a rua sem placas para orientar, as pessoas têm medo de parar e serem multadas. Estou perdendo clientes”, disse. 
    
O que diz a Prefeitura

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que: “Estamos na fase de elaboração de projeto e orçamento. Só depois disso teremos ideia de valor e começaremos o processo de licitação. A unidade será construída com recursos próprios e terá quadra de esportes. Vamos ampliar o número de vagas, mas ainda não podemos precisar a quantidade em razão do projeto não estar finalizado. As crianças continuarão estudando no Cêfel com segurança, que é a maior preocupação da Secretaria. Do Cêfel, ao término da obra, os alunos voltarão para Varginha em uma unidade nova, sem comparação com a anterior”.

Quanto a sinalização e organização do tráfego no local, o subsecretário de trânsito, Carlos Alberto Bayer, afirmou que: “Ficamos sabendo desta alteração e tivemos pouco tempo para nos organizar, mas estamos fazendo o possível para manter a segurança das crianças neste embarque e desembarque. Colocamos uma viatura de trânsito no local nos horários estabelecidos pela escola, pintamos as faixas amarelas na área onde os ônibus estão estacionando e estamos preparando as placas para serem instaladas em breve para regularizar completamente a sinalização”.

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