Em Foco - 17/082013

Peças diversas e acessórios usados pelas mulheres compõem o que chamamos de lingerie, também conhecidas como roupas de baixo. 

Calcinhas, sutiãs, cintas-ligas, espartilhos, tanguinhas e algumas outras peças despertam todo tipo de fantasias. 

Segundo Freud, a relação do erotismo com as roupas íntimas nada mais é do que o fetiche, ou feitiço.

Mas o conforto, a praticidade, a comodidade também habitam o universo da lingerie.

Assim como os aromas.

Perfumes e lingeries têm tudo a ver. Há quem afirme que se complementam.

Não à toa, a atriz e dançarina Dita Von Teese lançou uma linha de perfumes e lingeries vintages para a marca "HSN”. 

Mulheres adoram guardar sabonetes perfumados nas gavetas em que alocam as lingeries.

Amam sachês! 

E gotas de um Carolina Herrera, 212 Vip, Hypnoze, Nina Ricci ou o sugestivo Amor Amor de Cacharel nao fazem mal algum quando o desejo é tornar ainda mais mágico o clima de sedução das lingeries.

"A dica também vale para os homens e suas roupas de baixo”, diz Gabriela Rocha, especialista em fragrâncias atualíssimas.

A história da lingerie começa por volta do segundo milênio antes de Cristo. Em Creta, as mulheres usavam um corpete simples que sustentava a base do busto, projetando os seios nus. 

Essa "moda” era inspirada na Deusa com Serpentes, ideal feminino da época.

A palavra perfume vem de "per fumum”, ou através do fumo, de onde eram obtidas as primeiras fragrâncias aromáticas.

O perfume é tão antigo quanto o homem, e sua múltipla utilização quase sempre acompanhou o desenvolvimento das civilizações.

Em 1914 o soutien foi devidamente reconhecido e patenteado nos Estados Unidos pela socialite nova-iorquina Mary Phelps Jacob depois vendido à Warner Brothers Corset Company.

Era o início da industrialização da lingerie.

Com a Primeira Guerra Mundial, a mulher teve que trabalhar nas fábricas. 

Isso fez com ela precisasse de uma nova lingerie que lhe permitisse movimentação e quanto mais a mulher ganhava espaço na sociedade, mais a calcinha diminuía.

Em fevereiro de 1951, Johann e Celina Langer mudaram-se para Nova Friburgo com seus quatro filhos. 

E criaram a primeira indústria de acessórios e lingerie da cidade: C. Langer e Cia.

Primeiro moraram num prédio do Sr. Dominiguinhos, na Praça Getúlio Vargas, onde ficava o Palácio dos Livros.

Depois se transferiram para uma casa onde hoje é o estacionamento da Câmara Municipal.

Primeiro confeccionaram porta níqueis e bolsinhas, as chamadas "Pif Paf”.

Depois, partiram para a lingerie.

E criaram as calcinhas higiênicas "Higitex”, um sucesso à época, feitas em jersey e látex. 

Precursoras dos absorventes femininos.

Por último lançaram as tanguinhas, peças íntimas minúsculas que se complementaram, mais tarde, com camisolas e baby-dolls.

Na década de 60, com a revolução sexual, o sutiã chegou até a ser queimado em praça pública, num ato pela liberdade feminina. Cheiro de mudanças!

E a moda trouxe tantas novidades em cores, materiais e estilos, indo do esportivo todo em algodão, ao mais sofisticado modelo em rendas e fitas, que as mulheres chegaram a gastar mais em roupas de baixo do que em qualquer outro item de guarda-roupa ainda durante os anos 80.

Os perfumes e as lingeries estão em alta.

Os produtores de lingerie de Nova Friburgo acabaram de fechar as contas da Fevest — a principal feira nacional do setor, que aconteceu semana passada.

O volume de negócios aumentou 12,5% em relação à edição de 2012, totalizando R$ 45 milhões em três dias.

O número de visitantes da feira: 9.000.

E para não esquecer dos perfumes, Nova Friburgo tem suas fábricas de aromas.

A Ambiento é especializada em perfumes para ambientes e fica no Campo do Coelho.

Na mesma rota temos a Suavitrat, com suas essências que fizeram história e habitam o universo de todos os friburguenses. 

 

Celina e Johann Langer, 1951, inventivos e precursores da moderna lingerie na cidade