Dia Mundial Sem Carro: um incentivo ao transporte alternativo

Em Nova Friburgo, número de automóveis já ultrapassa a marca dos 119 mil
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
por Karine Knust
Dia Mundial Sem Carro: um incentivo ao transporte alternativo

O crescimento constante e acelerado da urbanização e as facilidades de aquisição fizeram com que o carro se transformasse no principal meio de locomoção de milhões de brasileiros. O problema, no entanto, é que o sinônimo de conforto para muitos também se tornou dilema para a administração pública das cidades em, pelo menos, dois aspectos: mobilidade urbana e meio ambiente. Afinal, mais veículos nas ruas significa trânsito lento e maior emissão de poluentes na atmosfera, como o gás carbônico. 

Em Nova Friburgo, o número de veículos que transitam diariamente nas principais vias do eixo Olaria-Centro-Conselheiro Paulino chama a atenção. De acordo com o último levantamento do Detran, feito mês passado, a frota de veículos da cidade — que possui pouco mais de 185 mil habitantes — já ultrapassa a marca dos 119 mil. Com tantos carros circulando pelas ruas, se locomover em horários de pico, por exemplo, já não é mais uma tarefa tão simples assim e pode gerar danos graves ao meio ambiente.

Para conscientizar a população, foi criado o Dia Mundial Sem Carro, celebrado nesta quinta-feira, 22. O primeiro país a comemorar a data foi a França, em 1997. No Brasil, a iniciativa chegou em 2001, a partir de movimentos ambientalistas e cicloativistas. 

A ideia é que os usuários de automóveis utilizem o veículo só em caso de real necessidade, estimulando o uso do transporte público, bicicletas ou as caminhadas que figuram como opções viáveis para amenizar os problemas de mobilidade e poluição em centros urbanos. 

Mais comodidade, menos mobilidade

No início deste mês, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) divulgou um estudo que aponta o tempo gasto no trajeto de ida e volta para o trabalho da população de cidades do Centro-Norte fluminense. De acordo com os dados, o deslocamento gera um prejuízo de R$ 166 milhões em toda a região devido à chamada produção sacrificada, que faz com que as pessoas levem mais de 30 minutos para conseguir chegar ao destino desejado. 

Segundo o levantamento da Firjan, em média, cada um gasta uma hora e 58 minutos por dia no deslocamento casa-trabalho e vice-versa. 

O estudo analisou as 12 cidades do Centro-Norte com base em dados de 2013 — últimos disponíveis —, que mostram o que deixa de ser produzido devido ao tempo perdido nesses deslocamentos. 
Nova Friburgo responde por 50,3% do custo total da região. Na cidade, deixam de ser produzidos R$ 83 milhões, principalmente porque o município concentra 56,2% daqueles que levam mais de 30 minutos no deslocamento de ida e volta do trabalho .

Na comparação com 2011, o tempo de deslocamento na região Centro-Norte subiu sete minutos (6,9%), apesar de o número daqueles que perderam mais de 30 minutos no trânsito ter diminuído em 2,2%. 

Os dados traduzem uma realidade cada vez mais aparente: aquelas pessoas que se deslocam por mais de 30 minutos estão ficando mais tempo no trânsito. O motivo para esses resultados, de acordo com o Sistema Firjan, é devido à ausência de um planejamento urbano adequado. 

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TAGS: Mobilidade | Trânsito
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