Desafio de todos

quarta-feira, 07 de março de 2018
por Jornal A Voz da Serra

O DEBATE EM torno da proposta de uma cidade limpa vem ganhando consistência na sociedade friburguense como forma a melhorar a qualidade de vida da comunidade. A mudança é possível e poderá trazer, se implantada, benefícios inquestionáveis. Além da poluição visual, precisamos tratar de outros inconvenientes.

EM 2009, A CÂMARA Municipal aprovou projeto do Executivo disciplinando o tombamento por interesse histórico cultural de bens públicos ou particulares de Nova Friburgo. O projeto define os bens materiais que contenham referência “à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da comunidade municipal”. Assim, preserva-se o que ainda resta da história friburguense.

QUE O MUNICÍPIO sofreu ao longo dos anos um violento processo de descaracterização arquitetônica, imposto pelo progresso desenfreado, não há dúvida. A cidade, com o desenvolvimento, viu desaparecer um bom pedaço de sua história, e, com a lei, será possível proteger melhor os bens patrimoniais que ainda restam.

A FALTA DE POLÍTICAS urbanas, disciplinadas através do Estatuto da Cidade, criado em 2001 e implementadas no Plano Diretor, deixou que as irregularidades fossem ocorrendo e não apenas os imóveis, mas áreas consideradas preservadas sucumbiram à lei do “progresso a qualquer custo”. É o que se vê por toda a cidade.

É CONHECIDA POR MUITOS brasileiros a tradição européia do município, e a cidade tem se beneficiado disso turisticamente. Contudo, da imagem transmitida para a realidade, existe muita diferença. Afora alguns bairros que mantiveram suas matas e tradições e assim valorizaram o mercado imobiliário, muitos outros carecem de medidas urbanísticas que possam responder ao ”padrão europeu” do imaginado turismo.

EXISTEM MUITOS exemplos que apontam as dificuldades de se promover o desenvolvimento municipal conjugando os interesses do governo com todos os setores da sociedade. Mas também existe consenso quanto à necessidade de se impedir o avanço de práticas irregulares que aumentam ainda mais os desafios da administração, preservando a qualidade de vida da população e a natureza.

ALÉM DA “FAXINA” despoluidora, torna-se necessária a participação da comunidade no cuidado da cidade, com atitudes simples, porém de alcance duradouro, desde a coleta de lixo, o zelo com as calçadas à proteção do patrimônio histórico e cultural. Nova Friburgo estará comemorando 200 anos no próximo dia 16 de maio. Como presente para tão importante data, nada melhor que elevarmos a nossa qualidade de vida, com amor e respeito às nossas tradições. É um desafio que todos podem participar, para o bem de todos.

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