​Deputado estadual Jorge Picciani: “A Alerj está aberta às demandas do interior”

Chefe do Legislativo estadual deu depoimento exclusivo para A VOZ DA SERRA
terça-feira, 14 de junho de 2016
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Lúcio Cesar Pereira)
(Foto: Lúcio Cesar Pereira)

Um dia antes de se reunir com o presidente interino do Brasil, Michel Temer, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado estadual Jorge Picciani, veio a Nova Friburgo para participar da abertura do primeiro dos quatro fóruns atrelados ao programa Supera Rio,proposto pelo deputado Wanderson Nogueira. Antes do início do evento o chefe do Legislativo estadual deu este depoimento exclusivo para A VOZ DA SERRA.

A VOZ DA SERRA: Nesse momento de crise, o que o interior do estado pode esperar da Alerj e do senhor?
Jorge Picciani: “A Alerj está aberta. O Fórum de Desenvolvimento Econômico que eu criei há 13 anos está a pleno vapor. Fizemos essa parceria com a InterTV para quatro eventos do Supera Rio, e pretendemos recolher o maior número possível de informações e sugestões. O deputado Wanderson Nogueira, junto com a Geiza Rocha, do Fórum Permanente, conseguiram trazer grandes economistas a Friburgo. As mesas de debate serão extremamente produtivas e espero que delas surjam ideias para diminuir a burocracia.
Para abrir uma pequena ou média empresa em Portugal, por exemplo, são necessários três documentos, e em dois ou três dias a empresa está legalizada. No Brasil são necessários 22 documentos, e provavelmente estão criando mais algum enquanto a gente conversa aqui. Aqui são necessários seis meses para abrir a empresa, e dois anos para fechar. Em Portugal bastam três ou quatro dias. Isso é o ‘custo Brasil’: inflação alta, juros altos, falta de crédito, carga tributária altíssima.
O Estado do Rio de Janeiro vive sua maior crise, sua economia centrada em óleo e gás está totalmente abalada, o governo do estado acumula dívidas como nunca antes. Nesta terça-feira, 14, em encontro com o presidente interino Michel Temer questões relevantes para o estado do Rio de Janeiro e para as olimpíadas estarão em pauta.
Já me reuni com o governador em exercício Francisco Dornelles, e discutimos sobre a necessidade de se tomar medidas de austeridade que ainda são menores do que a gente espera, mas que como princípio representam um bom sinal. Nós estamos perdendo R$ 20 bilhões em arrecadação. É importante compreender que é preciso remodelar o estado.
Espero que o Supera Rio aqui em Friburgo discuta alternativas para o fortalecimento da inovação, da indústria da moda, aproveitando essa experiência friburguense como polo importante da indústria de lingerie. Que possa ampliar isso, agregar valor a esse produto gerando mais emprego, qualificando a mão de obra, gerando mais recursos para aqueles que produzem. Que os debates abordem possibilidades de modernização da legislação trabalhista, porque a nossa CLT tem mais de 1.200 artigos.
Não queremos suprimir direito nenhum, mas o aumento da produtividade tem que gerar ganho de salário. Foi assim que os países asiáticos inverteram a sua curva, investindo em educação e em produtividade. O Brasil, com essa última crise econômica e política, perdeu 5% em termos de produtividade. Um país com 200 milhões de habitantes precisa gerar oportunidades para gerar riqueza e distribuir essa riqueza.
Um país só pode distribuir riqueza se ele gerar riqueza. Eventos como esse são muito importantes. O parlamento é muito árido, e esses eventos ajudam a melhorar a legislação. Existe um princípio propositivo nestas iniciativas, porque o Fórum reúne 37 entidades da sociedade civil.
Também é importante observar que a partir do diálogo entre parlamentares com ideologias diferentes, com pensamentos diferentes, mas o mesmo interesse em ajudar o país, o seu estado a sua cidade, podem surgir ideias nas quais ninguém é dono da verdade. É assim que esperamos avançar.

A sua presença em Nova Friburgo pode ser interpretada como um sinal de que o gabinete do presidente da Alerj está abeto às demandas do interior do estado?
Claro. Na verdade sempre esteve. Não tem semana na qual nós não recebamos companheiros, sejam eles da classe trabalhista, empresários, da área da ciência, da tecnologia. Não há nenhum deputado que, ao demandar que eu receba qualquer grupo, não me encontre disposto a abrir o parlamento para receber.
Evidentemente não dá para manter uma agenda na qual eu visite todas as cidades constantemente. Na semana retrasada fui a Volta Redonda, hoje (segunda-feira, 13) vim a Nova Friburgo. Temos outros três eventos já agendados, e no Rio de Janeiro temos também uma agenda pesada, mas estamos totalmente abertos às demandas do interior.

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TAGS: ALERJ | PMDB | Crise
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