Depois de 3 meses, comércio volta a contratar em Friburgo

Cidade teve em abril melhor geração de vagas de emprego desde novembro de 2014
segunda-feira, 22 de maio de 2017
por Alerrandre Barros
Infografia: Igor Veronesi
Infografia: Igor Veronesi

Thalita Rodrigues estava quase trancando a faculdade quando recebeu o telefonema com a notícia de que foi escolhida para preencher uma vaga em uma loja de sapatos na Avenida Alberto Braune, no centro de Nova Friburgo. “Foi um alívio!”, disse a universitária, de 24 anos, que teve a carteira assinada no mês passado. “As contas estavam se acumulando. Não conseguia emprego há seis meses”.

Ela está entre as centenas de funcionários que foram contratados em abril pelo comércio da cidade, que nos três meses anteriores (janeiro, fevereiro e março) não criou uma vaga sequer. Em abril, porém, o setor voltou a dar sinais de recuperação e gerou 136 novos empregos formais, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na última semana, pelo Ministério do Trabalho.

“A pequena melhora na contratação de funcionários pelo comércio mostra que o setor está dando sinais de leve recuperação e acompanhando a tendência geral de estabilização da economia. Os empresários ficaram apreensivos com mais essa crise política, mas temos que acreditar que o comércio vai superar mais essa adversidade”, disse o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e do Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) de Nova Friburgo, Braulio Rezende.

O comércio, junto com a indústria, alavancou as contratações em Nova Friburgo no mês passado. No total, foram 1.438 admissões e 1.112 demissões, ou seja, 326 vagas criadas em abril. É o melhor resultado para um mês no município desde novembro de 2014, quando foram criadas 403 vagas. Em 2015 e 2016, em plena crise, o saldo de vagas foi negativo na cidade.    

O número de empregados contratados pela indústria friburguense ficou estável no primeiro quadrimestre deste ano, após 39 meses consecutivos de queda. Isso porque houve melhora na atividade econômica e no volume de produção, avalia a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada neste mês pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

“Para os próximos seis meses, a expectativa dos empresários do Centro-Norte fluminense é mais otimista. Eles esperam o aumento da demanda por produtos e consequente compra de matéria-prima. Vislumbram a recuperação da atividade econômica, tanto interna como externa, com isso, planejam novas contratações”, diz a nota da Firjan.

No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, Nova Friburgo criou 599 novas vagas de emprego, depois de dois anos de recessão. Neste período, a indústria foi o principal setor responsável pelas contratações. Serviços, construção civil, agropecuária e extração mineral praticamente não variaram. Já administração pública demitiu mais.

A melhora nas contratações em Nova Friburgo reflete no resultado do país, que, de acordo com o Caged, abriu 59.856 vagas de emprego formal em abril. Parece pouco, mas é o primeiro resultado positivo para o mês desde 2014, quando foram abertas 105 mil vagas. Nos quatro primeiros meses deste ano, houve uma perda de 933 postos de trabalho com carteira assinada. Há 14,2 milhões de desempregados no Brasil.

"Estamos tendo a alegria de celebrar números positivos. Esperamos que estes números positivos se estabeleçam", comemorou o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, ao anunciar os números.

Resta saber se empresários continuarão otimistas depois de mais uma semana crítica na política nacional. Os novos escândalos de corrupção envolvendo diretamente o presidente Michel Temer podem afetar não só a confiança de investidores como as reformas consideradas necessárias por economistas para a volta do crescimento do país.

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