O mais badalado colunista social da Região Serrana está de volta ao jornal A VOZ DA SERRA. David Massena estreia na edição deste sábado, 16, sua nova coluna em que traz um panorama de tudo o que acontece no meio social, cultural e artístico da cidade e arredores. Em novo formato, a coluna também será publicada às quartas-feiras e reúne temas variados de âmbito nacional — que vão de política a comportamento e variedades.
Com 38 anos de colunismo social, David está bastante animado em voltar para o veículo em que passou boa parte de sua trajetória profissional. Nesta entrevista, ele comenta as mudanças e avanços do colunismo social, conta fatos curiosos, fala sobre a nova coluna e suas expectativas quanto ao retorno, após dois anos de afastamento. Confira:
A VOZ DA SERRA: Como diz o ditado popular, “o bom filho a casa torna”. O que te motivou a retornar com a sua coluna?
David Massena: Em 1984 comecei a escrever para A VOZ DA SERRA, onde fiquei até 2014 e saí meses antes de completar 30 anos de jornal. Desde que saí, vários leitores de todas as faixas etárias reclamaram que sentiam falta da coluna e de saber o que estava acontecendo na cidade. Diziam que estava na hora de voltar e isso acabou sendo um estímulo a mais para eu retomar essa caminhada. Uma leitora chegou a me dizer que a rotina dela estava muito ruim sem as minhas notas sociais. Ela explicou que não saía mais de casa e ficava por dentro das novidades através da minha coluna, onde ficava sabendo “a filha de quem casou com quem...”. Além dos leitores, a longa e ótima convivência que sempre tive no jornal me motivou a voltar. Ainda me lembro do saudoso Laercio Ventura, que sempre me incentivou muito e me ensinou sobre o caminho de uma coluna social e seu papel em nossa sociedade. Ele sempre foi muito cuidadoso em relação a isso e às vezes até me chamava a atenção, mas de uma forma muito carinhosa.
Esses quase dois anos de afastamento serviram para uma reciclagem?
Aproveitei para tratar de projetos pessoais e dei atenção aos meus livros como o “Zeca Ventania”, lançado em maio passado pela Viena Editora. Também estive gerenciando o Sesc Quitandinha, em Petrópolis, e acabei me afastando um pouco de Friburgo. Esse período foi muito válido para eu dar uma pausa, recarregar as baterias, me reciclar e renovar as ideias. Quando você trabalha ininterruptamente, acaba adquirindo vícios de linguagem e abordagem de temas. Esses dois anos serviram para eu retornar com um outro olhar, especialmente para os nossos friburguenses e as coisas de Friburgo que estão acontecendo por aí afora e merecem registro.
O que reserva a sua nova coluna?
Informações quentes, acontecimentos, notas de cultura, comportamento e variedades, além de dicas de oportunidades e eventos que acontecem fora. Será publicada todas as quartas e sábados e muito mais do que falar sobre o que acontece na cidade, vai tratar também de assuntos atuais que incluem política e economia. Hoje a coluna social é uma síntese da sociedade em que vivemos.
Na sua opinião, o colunismo social ainda resiste nesses tempos de popularização das redes sociais?
As redes sociais diminuíram substancialmente as distâncias, aproximaram as pessoas e acabaram contribuindo também com o jornalismo e o colunismo social porque são fontes inesgotáveis de informação. Dá para escrever uma coluna a cada hora com o que vemos nas redes. Isso proporciona uma coluna muito mais ágil e rica. Antigamente, tínhamos dificuldade até para conseguir uma nota ou os detalhes de determinada festa. Era preciso pegar o telefone fixo, fazer uma apuração e até pedir para enviarem informações por fax. Sem falar na dificuldade para arranjar uma foto. Hoje, as pessoas estão expondo tudo nas redes sociais e isso acaba nos ajudando. As postagens nas redes não concorrem com a coluna social impressa, que é um registro histórico de uma época e da diversidade de coisas que acontecem numa sociedade. Por isso, sempre tive o cuidado de não estereotipar muito a coluna, que também foi evoluindo ao longo dos anos. O excesso de adjetivos do passado foi sendo substituído por uma linguagem mais moderna e dinâmica e por um leque maior de assuntos.
Qual sua expectativa quanto a esse retorno?
Estou muito feliz, afinal são 30 anos de uma parceria que está sendo retomada no momento certo. Acho que nada é por acaso e retornar para A VOZ DA SERRA é como voltar para casa, e uma casa nova, com nova direção. Conversei com a Adriana e o Gabriel e achamos que já estava na hora de voltar. Para mim, os dois são uma extensão do carinho, apreço e amizade de tantos anos com o Laercio. Por isso, minha expectativa é a melhor possível.
Parceria de longa data que sempre foi sucesso
Para a diretora de A VOZ DA SERRA, Adriana Ventura, o retorno de David vai enriquecer ainda mais as páginas do jornal e retomar uma parceria de longa data, que sempre teve bom êxito:
“A volta do David é, particularmente para mim, um presente depois desses quase dois anos de afastamento. Estudamos juntos, nos divertimos na infância, vimos nossos filhos nascerem, crescerem... Enfim, os anos se passaram e David sempre esteve por perto. Sua coluna inteligente, bem escrita, pra mim sempre foi um prazer ler.
Mesmo após o falecimento de meu pai, nosso eterno diretor Laercio Ventura, em 2013, David ainda permaneceu algum tempo com suas colunas semanais e, para a família de A VOZ DA SERRA, que ele fez parte por quase 30 anos, é uma grande alegria poder tê-lo em nossas páginas novamente — com sua inteligência, elegância e bom humor.
Foram muitos anos de convivência e uma interrupção natural por desafios pessoais, novos momentos de ambos, mas o mais bacana, mesmo, é a oportunidade do recomeço. O relacionamento humano está sujeito a escolhas, erros e acertos, e quando se mantém o respeito, a sinceridade, o carinho, as pessoas nunca se afastam totalmente.
Bem-vindo, David, para essa casa que sempre foi sua, onde sempre teve amigos. Onde aprendeu e ensinou muitas coisas. Bem-vindo de volta ao nosso jornal A VOZ DA SERRA, que se renovou, se modernizou sem perder seus verdadeiros valores cultivados por anos por meu pai — que ensinou que a vida, às vezes, cria atalhos, muda caminhos, mas sempre nos dá uma nova chance para recomeçar a grande caminhada. Se Lelé aqui estivesse, David, ele diria para encurtar: ‘Manda logo essa coluna, garoto, e não aporrinha, preciso trabalhar’. E com os olhos cheios de lágrimas, depois de ouvir tudo o que você me falou, sobre o orgulho de estar aqui de novo, da importância de A VOZ DA SERRA na sua vida, e da alegria de voltar a fazer parte de nossa equipe, diria: ‘Esse menino é muito bom, bom garoto, tava com saudades desse menino’.
Já sabe, David: manda logo sua coluna e não aporrinha, precisamos fechar a edição. Mas passa aqui para um brinde, que a ocasião merece... Sucesso para sua coluna que assina a partir de amanhã!”
Adriana Ventura
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