Cultivo do caqui é tema de encontro em Trajano de Moraes

quinta-feira, 19 de junho de 2014
por Jornal A Voz da Serra
Cultivo do caqui é tema de encontro em Trajano de Moraes
Cultivo do caqui é tema de encontro em Trajano de Moraes

Trajano de Moraes sediou, no último dia 13, o 5º encontro técnico sobre a cultura do caqui. O objetivo do evento foi capacitar produtores rurais da microbacia Alto Macabu e técnicos do setor agropecuário, promovendo um debate sobre técnicas sustentáveis de cultivo. A atividade foi promovida conjuntamente pela Prefeitura, Sebrae-RJ e pela Rede de Pesquisa em Microbacias Hidrográficas da Região Serrana, representada no evento pela Secretaria Estadual de Agricultura (através da Defesa Agropecuária, Emater-Rio, Pesagro-Rio e dos programas Rio Rural e Frutificar) e Embrapa Agrobiologia.

 

 

A primeira palestra foi do supervisor regional da Emater-Rio, Alexandre Teixeira, que apresentou mecanismos de prevenção da antracnose (pinta preta) no caquizeiro, a partir de um método de controle integrado desenvolvido em uma unidade demonstrativa instalada na microbacia Alto Macabu. Os resultados desse trabalho proporcionaram o aumento da produtividade das frutas comercializáveis e a diminuição da incidência da doença na variedade mikado.

 

 

O consultor em Agroecologia do Programa Rio Rural, Manoel Beauclair, apresentou formas de tratamento alternativo da pinta preta. Segundo ele, a incidência de doenças nos vegetais está relacionada à capacidade do solo em fornecer os nutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas. "É preciso que o agricultor mude o olhar e compreenda que o solo necessita de alguns cuidados simples e indispensáveis para garantir o bom desenvolvimento das culturas”, explicou, fazendo referência à importância da diversidade de microrganismos e da cobertura do solo.

 

 

O gerente de Fruticultura da Emater-Rio, Martinho Belo, destacou os investimentos do Programa Rio Rural em subprojetos estruturantes (produtivos e ambientais), que beneficiarão grupos formais e informais de agricultores com agregação de valor à cadeia produtiva. "No caso da fruticultura, uma opção vantajosa é a aquisição de máquina selecionadora e classificadora de caquis”, apontou.

 

 

O acesso dos produtos da agricultura familiar aos mercados institucionais — PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), do Governo Federal —  também foram discutidos no encontro. Extensionista da Emater-Rio em Nova Friburgo, Ocimar Teixeira apresentou a experiência da localidade Janela das Andorinhas (microbacia Riograndina), que comercializa o caqui para esses programas, em embalagens padronizadas. "Esse tipo de venda fortalece o agricultor e suas organizações”, disse.

 

 

Já a pesquisadora da Pesagro-Rio, Maria Fernanda Fonseca, apresentou um panorama da produção de alimentos orgânicos e agroecológicos nos âmbitos nacional, estadual e regional, destacando os circuitos curtos de comercialização. "Para os agricultores, a feira orgânica é uma opção estratégica de venda direta junto aos consumidores, assim como a distribuição de alimentos para restaurantes e cestas em domicílio”, analisou.

 

 

Os aspectos mercadológicos da produção de caqui e o retardamento da safra foram os temas da palestra do engenheiro agrônomo Alberto de Souza Azevedo Júnior, supervisor da Emater-Rio em Cordeiro. "O retardamento é uma opção para melhores ganhos financeiros, mas isso só pode ser feito com um produto de extrema qualidade. Para ter frutos próprios para comercialização, é preciso ter necessariamente um solo fértil e plantas bem nutridas”, afirmou.

 

 

Para o segundo semestre, está previsto um dia de campo sobre poda verde de caqui na microbacia Alto Macabu. Segundo a Emater-Rio, a serra é a maior produtora de caqui do território fluminense, com mais de 680 hectares plantados e produção anual de cerca de 18 mil toneladas.

 

 

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TAGS: agricultura | Caqui
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