O céu azul e o sol forte pareciam dar as boas-vindas para mais uma edição da Supercopa SAF. Pelo quarto ano consecutivo, bairros e localidades de Nova Friburgo estão representados e interligados pelo futebol amador, em uma boa oportunidade para interação, desfile de talentos e a sempre saudável prática de esportes. Com um detalhe: há atrativos que tornam a competição ainda mais interessante, a exemplo das “surpresas” na equipe do Vargem Alta. O alvinegro da zona rural estreou Júnior, ex-zagueiro do Botafogo, e promete trazer Adriano Felício, que também defendeu o glorioso, Da Silva, ex-Flamengo, e Edinho. Mesmo sem o trio, a equipe, que já detém um título da Supercopa, estreou goleando.
Outro favorito ao título, o Corujão mostrou toda a força ao aplicar impiedosos 7 a 2 sobre o Unidos do Alto. O Juventude também venceu — fez 3 a 0 no Amparo, enquanto Cidade de Deus e Tio Dongo empataram sem gols.
Cinco minutos “loucos”
Dois dos três representantes do distrito de Conselheiro Paulino na Supercopa SAF de 2016, Tio Dongo e o estreante Cidade de Deus mostraram que nenhuma equipe jogará apenas para cumprir tabela. O equilíbrio e a forte marcação muitas vezes se confundiram com entradas mais fortes, mas mesmo assim houve emoção.
O Tio Dongo chegou primeiro, e o Cidade de Deus respondeu com chute por cima da meta. Se o primeiro carimbou o travessão, o segundo não deixou por menos e desperdiçou chance clara para abrir o placar. O lá e cá teve uma trégua a partir dos 25 minutos, quando a marcação começou a sobressair diante da inspiração. Ainda assim deu tempo para Gustavo fazer uma excelente defesa antes do intervalo. Era o começo do show do goleiro do Cidade de Deus.
Emoção é algo que não faltou no duelo. Especialmente nos cinco minutos iniciais do segundo tempo. Nesse pequeno espaço de tempo, toda a história do confronto poderia ter mudado. No primeiro minuto, o Tio Dongo teve pênalti para cobrar. Gustavo voou no seu canto esquerdo e defendeu. Como se não bastasse, houve outra penalidade, a favor da mesma equipe, aos cinco. Mas Paulo não aproveitou, e bateu por cima da meta. O Cidade de Deus ganhou um fôlego a mais, e o jogo prosseguiu equilibrado. No entanto, as melhores chances eram do Tio Dongo, que quase sempre parava em Gustavo. A pressão nos instantes finais não surtiu efeito, e o placar do primeiro jogo da Supercopa SAF não mexeu. Com grande parcela de contribuição de Gustavo, claro.
Vargem Alta “compensa”
Se o primeiro jogo não teve gols, o segundo foi uma espécie de compensação. Mas engana-se quem pensa que foi tão simples para o Vargem Alta construir o placar de 4 a 0. O marcador, o retrospecto e a equipe recheada de jogadores de qualidade — a exemplo do zagueiro Júnior, ex-Botafogo, dos meias Douglas Bastos, que passou pela base do Friburguense, Cabral, ex-meia do Macaé, e do atacante Douglas Tardin, ex-Friburguense — apontavam para o favoritismo do alvinegro da zona rural.
No entanto, do outro lado, havia a equipe consciente e organizada do Isero, que inclusive chutou primeiro a gol. E a partida estava de fato equilibrada, até que, aos 28 minutos, um erro na saída de bola começou a desenhar a goleada: Douglas Tardin interceptou passe equivocado na grande área e bateu firme para abrir o placar. O Isero não se abateu, e até ameaçou uma pressão nos minutos finais.
Pela boa apresentação na etapa inicial, o time de Conselheiro Paulino mostrou que venderia caro a derrota. Mas a qualidade individual colocou o Vargem Alta em situação confortável no início do segundo tempo: Cabral, ex-meia de equipes como Macaé e Serra Macaense, acertou belo chute de perna canhota, indefensável, no ângulo, para fazer 2 a 0.
Sem desistir, o Isero chegava com perigo à meta adversária, mas pecava nas finalizações. Além disso: como em um replay, houve um recuo equivocado da zaga, e a bola sobrou limpa nos pés de Douglas Tardin, que não perdoou. O quarto gol surgiu através de rápido contra-ataque, finalizado por Lenilson. O Isero ainda buscou o gol de honra e chegou a carimbar a trave, mas não conseguiu balançar as redes.
Corujão goleia
Na sequência dos jogos, a boa média de gols foi mantida. O Juventude, por exemplo, aplicou 3 a 0 sobre o Amparo com uma atuação bastante segura de sua entrosada equipe. O conjunto do time de Olaria, que joga junto há bastante tempo, pesou para a construção do sólido placar no estádio Márcio Branco.
Talvez o duelo de maior expectativa terminou com um placar surpreendente. O equilíbrio aguardado para o clássico do bairro de Olaria não se confirmou em campo e no placar: o Corujão aplicou indiscutíveis 7 a 2 no Unidos do Alto, e já larga na frente na tabela de classificação.
Sem atletas importantes, como o volante Douglas, mas reforçado por jogadores da qualidade de Vitinho e Heitor, ex-profissionais do Friburguense, a equipe bicampeã da Supercopa mostra força para brigar pelo tricampeonato. É só o começo de uma história que terá ponto final em 10 de julho.
Deixe o seu comentário