Comandante da Guarda Municipal é preso por porte ilegal de arma

Ele portava um revólver quando foi detido por um policial civil nas dependências da Prefeitura
quinta-feira, 08 de outubro de 2015
por Jornal A Voz da Serra

O comandante da Guarda Municipal de Nova Friburgo, Ronald Pereira, foi preso em flagrante nesta quarta-feira, 7, por porte ilegal de arma de fogo, dentro da Prefeitura. Ele estava trabalhando quando foi detido por um policial civil que cumpria um mandado de busca e apreensão da arma, expedido pelo Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Ronald foi acusado pela ex-esposa de ameaçá-la com o revólver durante uma discussão do casal. O comandante nega a acusação da mulher. 

A apreensão do revólver calibre 38 foi autorizada pelo juiz por causa de um inquérito aberto com base na Lei Maria da Penha (11.340/2006) após a denúncia feita na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) em Nova Friburgo. “O Ronald foi preso em flagrante porque ele estava portando a arma no momento em que o policial chegou à Prefeitura. Ele só tem o registro da arma e não a autorização para portá-la. Ele não teria sido preso se a arma estivesse guardada numa gaveta, por exemplo”, explicou a delegada Waleska dos Santos Garcez.

O comandante da Guarda Municipal foi levado para a delegacia, prestou depoimento, pagou fiança de R$ 2 mil e foi liberado em seguida. “Foi um problema de família que causou uma ocorrência policial, mas tudo já foi resolvido na delegacia. Eu responderei tudo em juízo”, disse Ronald pelo telefone.

Os guardas municipais de Nova Friburgo ainda não portam armas de fogo, apesar de o novo Estatuto das Guardas Municipais, sancionado em agosto de 2014 pela presidente Dilma Rousseff, autorizar o uso de armas pelos agentes. Em entrevista a A VOZ DA SERRA no final do ano passado, o comandante Ronald Pereira disse que os guardas precisam ser treinados. “A Guarda Municipal passa a poder atuar de igual para igual [com a polícia], quer seja no trânsito, nas abordagens. Mas para isso nós vamos precisar de um treinamento, uma formação proporcional. Não é admissível colocar uma arma de fogo na mão de uma pessoa com pouca qualificação, sem condições de atuar”, disse na ocasião.

A VOZ DA SERRA entrou em contato com a Prefeitura que, por meio de nota, informou nesta quinta-feira 8, que não irá comentar o caso. “Por se tratar de um assunto particular, ou seja, é um caso que não tem relação com a Prefeitura ou com o cargo que o comandante ocupa, a Prefeitura não tem como emitir uma nota oficial sobre o assunto, devendo o jornal entrar em contato direto com o próprio”. O governo municipal não esclareceu, entretanto, se irá abrir procedimento administrativo interno para apurar o caso, tendo em vista que o servidor portava uma arma de fogo dentro das dependências da Prefeitura.

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TAGS: DEAM | Lei Maria da Penha | Guarda Municipal
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