Colunista e crítico de cinema de A VOZ DA SERRA manda notícias de Cannes

Festival tem polêmicas, tensão por causa de atentados e emoção com o documentário dos 70 anos
segunda-feira, 29 de maio de 2017
por Jornal A Voz da Serra
Leo Arturius no Festival de Cannes 2017 (Foto: Arquivo pessoal)
Leo Arturius no Festival de Cannes 2017 (Foto: Arquivo pessoal)

O Festival de Cinema de Cannes, na França, é especial, temperatura entre 20 e 25 graus, lindo céu azul e muito glamour. O evento completou 70 anos e estive presente pela primeira vez.

O festival alterou a rotina da cidade e começou com a polêmica das participações dos filmes da Netflix "Okja eThe Meyerrowits stories" -- ambos foram vaiados nas suas sessões. O presidente do júri, Pedro Almodóvar, se declarou contra a participação da produtora/exibidora ao falar que filmes como esses tiram a experiência do cinema e se tornam mais uma mobília da casa. O ator Will Smith defendeu os filmes da Netflix, alegou que muitos jovens possuem acesso ao cinema dentro de casa como nunca antes. O ator tem contrato com a empresa e seu primeiro filme estreia este ano ainda. A polêmica correu o festival e muitos passaram horas discutindo.

Nesta edição tivemos o grande acontecimento, a exibição do documentário de 70 anos de aniversário, um momento esplêndido, o dia em que todos os cineastas, atrizes e atores em competição e convidados estiveram presentes. O tapete vermelho nunca foi tão assediado e desejado, bonito de ver. Um dia para se comportar como fã.

Cannes teve tensão. Os atentados de Manchester fizeram com que as históricas ruas fossem tomadas por mais policiamento. Houve comentários pelos corredores, mas não alterou a rotina.

Mesmo assim, houve festa, e das mais variadas.

A festa do Brasil foi o momento de todos os brasileiros se conhecerem, muitos contatos foram feitos ao som de música nacional e caipirinha. O principal comentário da festa ficou por conta do filme brasileiro em exibição na Semana da Crítica, "Gabriel e a Montanha", do cineasta Fellipe Barbosa e escrito por Lucas Paraizo. Tivemos o privilégio de conhecer a mãe do personagem principal. Foi emocionante e impactante, visto que o filme é baseado numa história real, de um homem que faz mochilão pela África e desaparece.

O festival proporciona experimentar o cinema em todas as instâncias -- como espectador, realizador, exibidor, cinéfilo e fã. A cidade foi alterada e respira cinema 24 horas. Uma experiência digna de alterar a perspectiva sobre a arte. Um apaixonado por cinema tem a vida dividida em antes e depois do Festival de Cannes.

 

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