Ciclistas voltam a pressionar governo por ciclovias em Friburgo

Protesto foi realizado na rotatória do Paissandu. Prefeitura tem projeto estimado em R$ 5 milhões, mas faltam recursos
terça-feira, 29 de agosto de 2017
por Alerrandre Barros
O protesto no Paissandu (Fotos de Henrique Pinheiro)
O protesto no Paissandu (Fotos de Henrique Pinheiro)

Com uma faixa e placas de sinalização, o grupo de ciclistas que promove as “Bicicletadas” voltou a pressionar o governo para construção de ciclovias em Nova Friburgo. Durante um ato na manhã desta segunda-feira, 28, na Praça Marcílio Dias, rotatória do Paissandu, eles cobraram as prometidas ciclofaixas no eixo que liga o distrito de Conselheiro Paulino a Olaria e em outras regiões da cidade.

“Estão enrolando muito. Já fizemos audiências públicas na Câmara. Falam que não têm verba, só que todo ano chega verba. Como não tem? As ciclovias vão melhorar a qualidade de vida da população, reduzir o uso de carros e motos, diminuindo a poluição e os acidentes, além de gerar e emprego e colocar Friburgo na lista de cidades que estimulam o uso de bicicletas”, defende o ciclista Marcelo Azevedo.

Nos últimos meses, a Câmara Municipal realizou duas audiências, promovidas pelo vereador Zezinho do Caminhão (Psol) para debater o assunto. O especialista em mobilidade urbana Rivail Gripp participou de uma delas e apresentou um planejamento de ciclovias, com modelos observados e em funcionamento em Rio das Ostras. Uma cópia foi entregue ao prefeito Renato Bravo e na Secretaria Municipal de Ordem e Mobilidade Urbana (Smomu).

“Descobrimos nessas reuniões que há projetos de ciclovias na cidade desde a época do prefeito Heródoto Bento de Mello [no início da década de 1980]”, disse o ciclista Aroldo Borges. O governo passado tentou tirar as ciclovias do papel. O projeto começou a ser elaborado em 2013 e previa 27 quilômetros de ciclovias, que interligaria a Ponte da Saudade, Olaria, Centro, Duas Pedras e Conselheiro Paulino. A administração anterior da prefeitura chegou a anunciar que o primeiro trecho seria licitado até o fim de 2014, mas o atraso na entrega do projeto impediu que R$ 2.215 milhões em emendas parlamentares fossem liberados para as obras.  

Em nota, o governo atual afirmou que existe um projeto de ciclovias e que será colocado em prática no tempo possível — com a devida capacidade econômica e estrutural, a partir de critérios de engenharia pública e transparência total dos atos do Executivo.

Na última semana, a Câmara aprovou a lei de diretrizes orçamentárias para 2018 que prevê a criação de uma malha cicloviária para estimular o uso de bicicletas para deslocamentos e integração aos principais terminais de ônibus, com bicicletários próximos aos principais terminais de transporte público.

A VOZ DA SERRA apurou que o projeto de ciclovias foi orçado em R$ 5 milhões, mas faltam recursos para realizá-lo. A vereadora Vanderleia Lima (DEM) afirmou nesta segunda-feira, 28, que garantiu a metade, R$ 2,5 milhões, através de emenda, para o ano que vem, do deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM). Mas, falta o restante. A comissão de vereadores que acompanha o assunto vai se reunir com o deputado federal Glauber Braga (Psol) para tentar obter a outra metade com ele.

Enquanto isso, o grupo “Bicicletada”, composto por vários clubes de ciclismo da cidade, promete continuar pressionando o governo. No próximo feriado, 7 de setembro, eles vão realizar outra pedalada, a partir das 9h30, partindo de frente da prefeitura para manter a mobilização pela construção de ciclovias. Em maio passado, mais de 300 ciclistas pedalaram da Praça Dermeval Barbosa Moreira até Conselheiro e Olaria em protesto e entregaram um abaixo-assinado ao prefeito.

 

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