Chegou a Primavera!

Belas e coloridas, as flores além de enfeitar a vida ainda aquecem a economia
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
por Ana Blue
(Foto: Henrique Pinheiro)
(Foto: Henrique Pinheiro)

Dependendo do humor, da cor do dia, da eterna pressa, a gente passa e nem vê. Mas elas estão lá, por toda parte: em ambientes abertos, em ambientes fechados, nas casas, nas lojas, nas ruas, nas avenidas. Às vezes, qualquer rusga no concreto é o bastante para que elas brotem. Para que furem o asfalto, o tédio, o nojo, o ódio. Em outras vezes, ao contrário, sua rara chegada é aguardada com apreço. E festejada, uma vez que sua presença só nos encanta por poucos dias. Mas há uma verdade incontestável que se aplica a todas elas: livres na natureza ou cultivadas como ornamento, raras ou comuns, as flores trazem beleza, trazem com elas a primavera, a renovação. Não é à toa que tantos dos nossos poetas rimem flor com amor — rima pobre, mas metáfora rica.

Flor no Brasil é assunto sério, com números significativos, ainda que a profissionalização do setor de floricultura e o dinamismo comercial sejam fenômenos relativamente recentes. Nos últimos dez anos, o ramo de flores ornamentais tem obtido níveis de crescimento satisfatórios, embora pouco dinheiro seja gasto para viabilizar mecanismos de marketing a fim de promovê-lo como um todo. De 2006 pra cá, o segmento tem registrado altas de 5% a 8% em volume de produção, e de 4% a 7% em valor de mercado. Para se ter ideia, em 2013, por exemplo, o mercado nacional de plantas e flores ornamentais movimentou R$ 5,22 bilhões, com taxa de crescimento de 8,3% em relação ao faturamento total do ano anterior. Em 2014, esse número subiu para R$ 5,7, chegando a R$ 6 bilhões em 2015. Contrariando o senso comum de que as flores são comercializadas somente em datas comemorativas específicas, o setor continua crescendo, mesmo diante da atual recessão econômica. As perspectivas de crescimento para 2016 eram de 6% a 8%, mas, de acordo com o presidente da Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura), Kees Schoenmaker, a meta de 8% foi atingida ainda no primeiro semestre.

Atualmente, são mais de 6,5 mil hectares de área de floricultura, cerca de oito mil produtores de flores e plantas ornamentais, cultivando mais de 350 espécies com cerca de três mil variedades em todo o Brasil. Uma organização complexa, realizada em diversas etapas de trabalho e com envolvimento de diferentes especialistas profissionais: fornecedores de insumos, sementes e mudas, pesquisadores, produtores agrícolas, cooperativas, empresas de logística, floriculturas, supermercados, empresas de paisagismo e decoração. Neste cenário, duas cidades se destacam: Holambra, no interior de São Paulo, que ostenta o título de “Capital Nacional das Flores”, e Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Nova Friburgo: eu vejo flores em você!

É justamente por causa da Região Serrana que o Rio de Janeiro é o segundo estado brasileiro em produção de flores. Nova Friburgo tem grande participação neste título: é o maior produtor fluminense de flores de corte, com destaque na produção de rosas, hortênsias, astromélias, crisântemos, lírios, gérberas, palmas, entre outras. O município concentra metade de toda a área cultivada na Região Serrana: segundo o IBGE, dos nove milhões de maços/dúzias de flores produzidos por ano na região, 4,5 milhões são plantados pelos 220 floricultores de Friburgo. A maior parte da produção está concentrada na localidade de Vargem Alta, região próxima ao distrito de São Pedro da Serra. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS: Flor
Publicidade