Catarcione quer melhorias em pavimentação, lazer e serviços

Os transtornos já começam em um dos acessos ao bairro: a Avenida Emil Cleff, trecho urbano da RJ-116 na altura do Bairro Ypu
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
por Flávia Namen
A pavimentação precária das ruas e calçadas do Catarcione prejudica o dia a dia dos moradores (Foto: Lúcio Cesar Pereira)
A pavimentação precária das ruas e calçadas do Catarcione prejudica o dia a dia dos moradores (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

Um dos bairros mais tradicionais de Nova Friburgo, o Catarcione está situado a cerca de três quilômetros do centro da cidade e se destaca pela tranquilidade e a facilidade de acesso ao comércio e serviços. Um dos pontos de referência do bairro é o bloco de enredo Bola Branca, que há anos vem animando o carnaval friburguense. Apesar de oferecer uma boa qualidade de vida a seus moradores, o bairro apresenta alguns problemas que prejudicam o dia a dia da comunidade. É o que constatou a equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA.

Os transtornos já começam em um dos acessos ao bairro via Avenida Emil Cleff — trecho urbano da RJ-116 ainda na altura do Bairro Ypu. O trecho oferece riscos aos motoristas que aguardam para fazer o contorno à esquerda e subir na Rua Antônio Lopes Sertã em direção ao Catarcione. Vários acidentes costumam ocorrer no local, considerado um dos mais perigosos da via urbana. Junte-se a isso a pavimentação precária das ruas do Catarcione, repletas de buracos e depressões. Nos dias de chuva, o problema fica ainda mais evidente com o excesso de poças de água nas pistas. “Essas ruas precisam ser recapeadas com urgência. Temos que dirigir bem devagarinho para evitar estragos”, disse um motorista que preferiu não se identificar.

A falta de água é outro alvo de reclamações de quem reside no bairro. Esta semana, a redação do jornal recebeu uma reivindicação de um leitor sobre o problema. “Gostaria de fazer um apelo para que o abastecimento de água seja normalizado no Catarcione, principalmente na Rua Antonio Banjar”, disse Rogério Pinto Vermelinger. Queixa semelhante tem a moradora Maria do Carmo Silva Henriques. “Não tem uma regularidade no abastecimento de água. Em algumas casas cai água e em outras não”, disse ela. Já o morador Gilmo Pires Cordeiro reclama de uma obra para troca de tubulação que está sendo feita pela concessionária ao longo da Rua Antônio Banjar. “Estão tirando o barro da tubulação e jogando próximo ao campinho. O mau cheiro lá está terrível. A rua também está ficando toda desnivelada por causa dessa obra”, disse ele.

Saúde e lazer são prioridade

A falta de uma unidade de saúde no Catarcione é outro problema que prejudica a comunidade. “Temos que ir até o posto do Suspiro ou ao Hospital Raul Sertã para sermos atendidos”, diz um morador antigo do bairro que não quis se identificar. A exemplo dele, outros moradores se ressentem da falta de um ambulatório para atender a comunidade do Catarcione. Alguns sugerem a instalação de um posto no prédio onde atualmente há um hospital desativado. “Poderiam aproveitar aquele espaço sem uso para isso”, disse Maria do Carmo.

O lazer é outro ponto que necessita de mais atenção do poder público. A Praça Branca, situada na entrada do bairro, está com as calçadas em péssimo estado, oferecendo risco a quem passa. “Várias pessoas já caíram ali. Poderiam fazer uma rampa no trecho para não danificar as raízes da árvore”, afirmam Gildo e Maria. No parquinho infantil, brinquedos quebrados e deteriorados pela ação do tempo representam um perigo para a garotada. O local parece abandonado e necessita ser revitalizado assim como o campinho de futebol situado na parte alta do bairro.    

Completam o quadro de problemas no Catarcione, o excesso de sujeira em alguns pontos e a falta de lixeiras, o que acaba contribuindo para a proliferação de insetos e ratos. “Não temos uma associação de moradores atuante e o bairro está bem largado. O Catarcione é um lugar muito tranqüilo de morar mas precisa de mais atenção da prefeitura”, concluiu Gilmo.

Concessionária responde

A reportagem de A VOZ DA SERRA solicitou uma nota da concessionária de água a respeito dos problemas relatados pela comunidade, e recebeu a seguinte resposta: “Águas de Nova Friburgo informa que a cidade enfrenta hoje a estiagem mais severa desde 2007 e o Catarcione está na lista dos bairros mais impactados pela seca. Nestas áreas afetadas, a população está sendo atendida por meio de manobras do sistema ou por caminhões-pipas, que podem ser solicitados através do 0800 026 0008. Os atendimentos são feitos por ordem de ocorrência ou prioridades (hospitais, clínicas e escolas). No site da empresa, www.aguasdenovafriburgo.com.br, os clientes têm acesso à lista de bairros ou distritos impactados neste período de falta de chuvas ou chuvas esparsas e fracas”.

Quanto à obra na Rua Antônio Banjar, o setor de engenharia da concessionária informou que a rede coletora já foi finalizada e a retirada do entulho estava prevista para ontem, 29. O pavimento no local deve ser concluído nesta sexta-feira, 30, mas este prazo pode ser prorrogado em caso de chuva ou saturação do solo. A concessionária informou ainda que enviará um técnico ao local para verificar a qualidade dos trechos de pavimento e calçamento executados e, se necessário, serão tomadas medidas corretivas.

Prefeitura responde

Sobre os demais problemas de infraestrutura apontados pela comunidade, a Subsecretaria de Comunicação Social da prefeitura encaminhou esta nota: “A Prefeitura de Nova Friburgo informa que a concessionária Rota 116 comprometeu-se com a instalação de um semáforo e toda a sinalização para aumentar a segurança na entrada do bairro. Já a Secretaria de Obras fará o recapeamento das ruas mais necessitadas até o fim do ano. Com relação a praça e a calçada, a reforma está incluída em um projeto urbanístico e paisagístico de revitalização que está sendo licitado. Sobre o campo, há uma licitação junto à Secretaria de Esportes para a construção de um campo de grama sintética no bairro. Quanto às reclamações sobre a falta de um posto de saúde, a Secretaria de Saúde informou que no momento não tem condições de criar um novo posto para atender este bairro. A unidade de referência para estes moradores é o posto de saúde do Cordoeira. Sobre a proliferação de ratos, a Secretaria de Serviços Públicos informou que foi aberta uma ordem de serviço para a efetuar a desratização no bairro.”

  • Os problemas começam logo na entrada do bairro, num dos pontos mais perigosos do trânsito friburguense (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

    Os problemas começam logo na entrada do bairro, num dos pontos mais perigosos do trânsito friburguense (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

  • Nos dias de chuva, bueiros não dão conta do recado (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

    Nos dias de chuva, bueiros não dão conta do recado (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

  • No parquinho infantil, brinquedos quebrados e deteriorados pela ação do tempo representam um perigo para a garotada. O local parece abandonado e necessita ser revitalizado (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

    No parquinho infantil, brinquedos quebrados e deteriorados pela ação do tempo representam um perigo para a garotada. O local parece abandonado e necessita ser revitalizado (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

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