O ideal seria deixarem a chave do banheiro com a gente”
O banheiro foi construído, segundo o motorista Alberto Sardinha, no primeiro governo da ex-prefeita Saudade Braga para ser usado pelos caminhoneiros que trabalham no ponto de frete em frente à Paróquia de São Bento Abade, e também pelos feirantes, que todos os sábados vendem seus produtos na tradicional feira livre na Avenida Campesina Friburguense. “A Prefeitura já reformou o banheiro, mas como não há controle, ele é ocupado por moradores de rua e fica imundo porque não o limpam regularmente”, disse Sardinha.
Nenhum dos cerca de 20 caminhoneiros do ponto de frete deixaram de usar o banheiro por causa da sujeira, mas também porque não há água nas pias e nos vasos sanitários. Do alto do viaduto dá para ver que a caixa-d’água está virada de cabeça para baixo para não acumular água parada. “Se o banheiro está inutilizado, para que a Prefeitura mantém ele aberto? O ideal seria limparem de em vez em quando e deixarem a chave com a gente”, sugere o motorista Ednésio Nogueira. Além de moradores de rua, caminhoneiros contaram que os sanitários eram ocupados também por usuários de drogas e até para prostituição.
Banheiro novo
A poucos metros dali, ficou pronto há alguns meses o banheiro público construído na Avenida Campesina Friburguense. A obra dos sanitários masculinos, femininos e para portadores de necessidades era uma antiga reivindicação dos comerciantes que trabalham na feira e que não utilizam o depredado banheiro na Rua Coronel Zamith. Os novos sanitários custaram R$ 42 mil e ainda não foram inaugurados porque, em frente, a obra de contenção de um trecho da avenida, às margens do Rio Santo Antônio, está parada por atraso nos recursos repassados pelo governo do estado.
Essa não é a primeira vez que A VOZ DA SERRA denuncia o estado deplorável do banheiro público sob o viaduto. Há pelo menos três anos, o jornal noticiou o abandono do imóvel, que é um patrimônio público. Ontem, 17, a equipe de reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Nova Friburgo, mas, até o fechamento deste reportagem, não obteve resposta ao e-mail.
Ednésio Nogueira, motorista
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