Bancários: primeiro dia de greve gera filas nas agências

A paralisação é resultado da falta de acordo entre a Fenaban e o Comando Nacional dos Bancários
terça-feira, 06 de outubro de 2015
por Karine Knust
(Foto: Lúcio Cesar Pereira)
(Foto: Lúcio Cesar Pereira)

Nesta terça-feira, 6, começou mais uma greve dos bancários. A paralisação é resultado da falta de acordo entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários. Dentre as principais reivindicações da categoria está o reajuste salarial de 16%. A proposta feita pela Fenaban na última rodada de negociações, no último dia 25 de setembro, no entanto, estipulou um aumento de apenas 5,5%.  

“A oferta da Federação está 4% abaixo da inflação. Para se ter ideia, se aceitássemos o que foi proposto estaríamos perdendo o aumento que conquistamos no ano passado, não faz sentido”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de Nova Friburgo e de outras 11 cidades da região, Max Bezerra.

Os clientes que precisaram realizar transações nos caixas eletrônicos das agências bancárias do centro da cidade, ontem, 6, enfrentaram grandes filas ainda pela manhã. A professora Fátima Louzada, de 46 anos, é uma delas: “Enfrentei uma fila gigantesca para fazer saque no banco e não estavam fornecendo mais do que R$ 150 por operação. Voltei à rua para tentar sacar o dinheiro que precisava novamente. Passei por três agências até conseguir resolver o problema, porque apenas uma delas tinha dinheiro disponível no caixa eletrônico”, conta Fátima, que apesar do transtorno, compreende a situação dos bancários e apoia o movimento da categoria: “Nessas greves o maior prejudicado é sempre a população, mas entendo como é complicado para uma categoria ter que ir ao limite para conseguir receber um aumento de salário. Acho que os bancários têm o direito de reivindicar”, disse a cliente.  

O aposentado Zilênio Antônio da Silveira, de 79 anos, foi pego de surpresa e precisou aguardar alguns minutos do lado de fora do banco para tentar desbloquear o cartão que utiliza para receber a aposentadoria. “Meu cartão bloqueou e vim aqui porque preciso receber a aposentadoria. Não sabia que estavam em greve”, disse ele. Como a greve está acontecendo no início do mês, período de pagamentos, os clientes que precisam de atendimento de urgência para transações relacionadas ao recebimento de benefícios, mas que não possuem cartão, como no caso de Zilênio, não deixaram de ser atendidos.

“Infelizmente os bancos estão utilizando o artifício de alegar que estamos impedindo a entrada de clientes e isso não é verdade. A maioria das operações podem ser realizadas nos caixas eletrônicos e em casos especiais nós estamos orientando e, até, atendendo”, finaliza o presidente do Sindicato dos Bancários, Max Bezerra.

Além do reajuste salarial, os bancários reivindicam a maior participação nos lucros e resultados, mais contratações sem demissões, redução de juros e tarifas, ajuste nos vales-alimentação, refeição, cesta e auxílio-creche/babá e melhorias nas condições de trabalho e segurança. A greve ainda não tem previsão para acabar, sendo assim, os clientes que precisarem realizar transações bancárias neste período devem utilizar os serviços de autoatendimento dos caixas eletrônicos ou o internet banking.

Já para o pagamento de contas, os usuários deverão recorrer às casas lotéricas e estabelecimentos que funcionam como correspondentes bancários, como as Casas Bahia e o Correios.

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TAGS: Greve | bancários
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