Aumenta número de casos de microcefalia no Estado do Rio

Ministério da Saúde confirma relação entre microcefalia e zika vírus. Nova Friburgo, no entanto, tem menos de 1% das residências com larvas de Aedes aegypti, transmissor da doença
terça-feira, 01 de dezembro de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Aumenta número de casos de microcefalia no Estado do Rio

Aumentou o registro de casos de bebês com microcefalia — condição rara em que o bebê nasce com o crânio menor que o tamanho normal —, informa a Secretaria Estadual de Saúde. Foram computados no estado 21 casos da malformação genética até a manhã de segunda-feira, 30 de novembro. A média dos últimos dez anos é de 12,8 casos. No último sábado, 28 de novembro, o Ministério da Saúde confirmou a relação entre o zika vírus e a microcefalia — uma “situação inédita na pesquisa científica mundial”, diz a nota do Ministério. O zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, que também é responsável por transmitir dengue e febre chikungunya.

Desde 18 de novembro, quando se tornou obrigatória no estado a notificação de gestantes com manchas vermelhas na pele — um dos sintomas do zika vírus —, já foram 75 casos de grávidas nessa situação — uma apresentava zika vírus, porém não está confirmada ainda microcefalia do feto.

Considerando o cenário atual, a Secretaria passará a divulgar boletins epidemiológicos semanais, sempre às quartas-feiras. Já foram investidos no estado cerca de R$ 12 milhões em ações de combate ao mosquito Aedes aegypti.  
    
Município apresenta índices satisfatórios

Nova Friburgo está entre os 928 municípios do Brasil com menos de 1% das residências com larvas de Aedes aegypti em recipientes com água parada. É o que aponta o resultado do último Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde. Realizado nos meses de outubro e novembro, o levantamento teve adesão recorde para este período do ano e contou com a participação de 1.792 cidades brasileiras. O número de municípios representa um aumento de 22,4% se comparado a 2014.

A pesquisa indica que atualmente há no país 199 municípios em situação de risco de surto de dengue, chikungunya e zika. Isso significa que mais de 4% das casas visitadas nestas cidades continham larvas do mosquito. Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Antônio Nardi, o mapeamento é um retrato da situação das áreas endêmicas em cada município e deve ser usado para desencadear ações de combate ao mosquito.

Além das cidades em situação de risco, o LIRAa identificou 665 municípios em alerta, com 1% a 3,9% dos imóveis com focos do mosquito além da presença do Aedes albopictus, que pode também transmitir a chikungunya, em 262 municípios. O armazenamento de água, como tonel e caixa-d’água, foi o principal tipo de criadouro na região Nordeste. Já o depósito domiciliar, categoria em que se enquadram vasos de plantas e garrafas, predominou nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Nas regiões Norte e Sul, o lixo foi o depósito com maior número de focos encontrados.

O Ministério da Saúde registrou, até 14 de novembro, 1,5 milhão casos prováveis de dengue no país. O aumento é de 176%, comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 555,4 mil casos.

Em relação ao Zika, balanço aponta que o Distrito Federal e 18 estados tiveram confirmação laboratorial do vírus: RR, PA, AM, RO, TO, MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, BA, RJ, SP, ES, MT e PR.

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TAGS: Zika | Dengue
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