O presidente da Associação dos Usuários de Transportes Coletivos Intermunicipais e Interestaduais Rodoviários, Ferroviários, Hidroviários, Metroviários e Aéreos do Estado do Rio de Janeiro (Autrac), Paulo Roberto Siqueira Baltazar, está questionando na Justiça os ônibus utilizados na linha intermunicipal Nova Friburgo x Macaé via Rio das Ostras. Baltazar se refere ao risco iminente da integridade física dos usuários que se utilizam os ônibus da empresa 1001, na referida linha, cujo agravamento se deu a partir de janeiro de 2014 com a utilização de coletivos de tamanho grande, segundo Baltazar, inadequados para a RJ-142 (Nova Friburgo-Casimiro de Abreu) no trecho conhecido como Estrada Serramar que tem a pista bastante estreita e sinuosa. Em consequência ele acionou o Ministério Público Estadual, na 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Nova Friburgo, e posteriormente pleiteou a realização de uma audiência pública na Câmara de Vereadores.
Paulo Baltazar registra que as suas justificativas tanto para a representação junto ao MP quanto a solicitação de audiência pública foram motivadas pelo que considera uma ousadia da empresa 1001 em colocar em risco a segurança dos passageiros, com ônibus grandes operando a linha Nova Friburgo x Macaé, ao invés de micro ônibus.Baltazar destaca ainda a omissão das autoridades competentes nesta questão, que ele considera “gravíssima”.
Ônibus em operação
Quanto à questão dos ônibus que estão operando a referida linha desde janeiro de 2014, Baltazar repudia a justificativa da empresa que admite atender aos requisitos legais ao colocar nessa linha ônibus com entre-eixos. Baltazar salienta que esta justificativa pode ser considerada como uma leviandade, pois as dimensões das carrocerias destes ônibus grandes são, na opinião dele, incompatíveis para o sinuoso traçado da RJ-142, onde não há acostamento.
Como consequência da peculiaridade da RJ-142, o que o presidente da Autrac constata diariamente e em todos os horários nos dois sentidos da linha Nova Friburgo x Macaé é a utilização dos chamados ‘micrões’, que também invadem - nas curvas - invariavelmente de 25% a 35% da pista em sentido contrário. Já na utilização dos ônibus de motorização dianteira, porém rodoviários, ou seja, com a porta somente na dianteira e poltrona reclinável, este índice de invasão da pista contrária (nas curvas) varia entre 15% a 20%. Já na operação com ônibus modelo G7 de motorização traseira, conforme registrado por Baltazar, por exemplo, no último dia 9, às 11h05, este índice (nas curvas) chega a 45%. “Ou seja, estamos vivenciando uma tragédia anunciada”, lamenta.
Segundo Paulo Baltazar, a linha Nova Friburgo x Macaé deve ser operacionalizada de forma racional: com micro-ônibus no trajeto via Serramar e ônibus grandes (rodoviários) nos horários em que o percurso é feito via BR-101.
As ações da Autrac
Baltazar, preocupado com a situação referente à operação que considera irresponsável por parte da empresa de ônibus, cita que com o agravamento a partir de janeiro de 2014, as consequências poderão ser catastróficas, ceifando vidas inocentes, tal como aconteceu em Guapimirim, quando 15 usuários perderam suas vidas.
Por isso, o presidente da Autrac tomou as seguintes providências: em 22 de janeiro de 2014 representou junto ao Ministério Público Estadual, na 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Nova Friburgo, com denúncia referente a esta operação. Recebeu no último dia 9 de outubro, do promotor Joaquim Gouveia Neto, ofício solicitando informar em 30 dias, sobre a atual situação dos serviços da empresa na linha Nova Friburgo X Macaé. Sobre esse oficio ele já se manifestou com outros dois ofícios da Autrac, sustentando e reafirmando sua preocupação.
Audiência pública
Outra iniciativa do presidente da Autrac foi oficiar a Câmara Municipal de Nova Friburgo, solicitando realização de uma audiência pública, objetivando debater a grave questão. Essa audiência pública, solicitada pelo vereador Cláudio Damião, foi realizada no dia 4 de setembro de 2014.
O presidente da Autrac lamenta que apesar da grave situação e do alto risco para a integridade física dos usuários, nenhuma providência foi tomada no sentido de combater e sanar esta operação da Auto Viação1001 na referida linha. Paulo Baltazar espera que as autoridades se sensibilizem e adotem urgentemente providências cabíveis, até porque com a chegada do verão e consequentemente o aumento considerável de translados de usuários entre Nova Friburgo e a região litorânea, o risco de um grave acidente se potencializa, o que o leva a temer por acidentes na rodovia.
“Não somos alarmistas ou pessimistas, mas somos inarredavelmente comprometidos com a verdade, bem como com a realidade dos fatos”, diz Baltazar, enfatizando que pode disponibilizar toda documentação, como as cópias das representações junto ao MP, da ata da audiência pública, passagens da 1001 de comprovação das viagens e registro fotográfico de ônibus inadequados sempre que se fizer necessário.
Deixe o seu comentário