Acusado de demolir escola em Macaé de Cima diz que o terreno é sua propriedade

Escola Municipal Horst Garllip estava abandonada e foi parcialmente destruída no fim de setembro
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Acusado de demolir escola em Macaé de Cima diz que o terreno é sua propriedade

O homem suspeito de mandar um grupo de homens depredar o prédio da antiga Escola Municipal Horst Garllip, no fim de setembro, na localidade de Macaé de Cima, no distrito de Mury, voltou a afirmar esta semana à polícia que o terreno onde situava-se a escola pertence a ele e ainda disse que, desde a desocupação do prédio, em dezembro de 2014, a escola estava abandonada. As declarações foram dadas por Paulo Roberto Schossler Barboza, de 60 anos, em depoimento na última segunda-feira, 19, na 151ª DP.

Segundo o delegado Mário Roberto Arruda, o homem foi convocado para prestar esclarecimentos sobre o caso e apresentou documentos que atestariam que ele é proprietário do imóvel. “Agora não vamos identificar outras testemunhas, colheremos outros depoimentos e pediremos à Prefeitura a documentação que comprove que o terreno realmente foi doado para o governo municipal. Após os trâmites legais, o caso será encaminhado para o Ministério Público”, disse o delegado.  

A polêmica envolvendo a propriedade do imóvel começou depois que o artista plástico Paulo Schossler comprou o terreno onde estava o prédio da antiga escola. Hoje, ele mora no casarão do antigo Hotel Fazenda São João. A propriedade pertencia a Horst e Elisabeth Garlipp. Após a morte do casal, em 2008, as herdeiras venderam a área, de 270 mil metros quadrados, para Schossler. O valor negociado teria sido de R$ 800 mil, mas, segundo moradores da localidade, o artista plástico teria pago apenas 25% do valor devido a não ter recebido ainda a escritura do imóvel.  

Escola destruída em área de preservação ambiental

No último dia 27 de setembro, um domingo, pelo menos cinco homens invadiram o terreno e destruíram o prédio onde funcionava Escola Municipal Horst Garllip. Eles retiraram portas, telhas, janelas e quebraram paredes com marretas. Alguns objetos, como carteiras, placas e um roteador para internet também teriam sido furtados da escola. No dia em que o prédio foi depredado, Paulo estava com o grupo e, segundo testemunhas, somente ele foi levado por policiais militares para prestar depoimento na 151ª DP. Apesar do flagrante, foi liberado pelos agentes. Os homens que depredaram o prédio podem responder por infrações nas esferas cível, criminal, e ambiental.

A Escola Municipal Horst Garlipp foi desativada no final do ano passado porque a única professora que dava aula no local entrou em licença maternidade e a merendeira se aposentou. “Não havia disponibilidade de profissionais para substituir as duas servidoras”, informou a Secretaria de Educação de Nova Friburgo em setembro. Os quatro alunos que estudavam na unidade foram transferidos para a Escola Municipal Francisco Ouverney, no distrito de Lumiar.

Na primeira semana deste mês, um grupo de ao menos 30 moradores e turistas fez uma manifestação pacífica em frente ao imóvel, exigindo que a Justiça puna os responsáveis pelo crime. Segundo a associação de moradores local, após a desocupação do prédio, surgiu um projeto para transformar o imóvel em uma biblioteca ambiental, tendo em vista que a localidade está em uma Área de Proteção Ambiental (APA de Macaé de Cima).

A VOZ DA SERRA entrou em contato nesta quinta-feira, 22, com a Secretaria Municipal de Educação, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.

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