Abril deste ano teve mais registros de furtos do que abril de 2016 e 2015

Dados do ISP, porém, apontam queda em outros índices de criminalidade, como roubos e mortes violentas
terça-feira, 23 de maio de 2017
por Alerrandre Barros
A delegacia de Friburgo: nenhuma morte violenta registrada em abril deste ano (Foto: Arquivo AVS)
A delegacia de Friburgo: nenhuma morte violenta registrada em abril deste ano (Foto: Arquivo AVS)

Os furtos aumentaram em Nova Friburgo no mês passado. Segundo dados dos Instituto de Segurança Pública (ISP), foram registrados 106 casos na 151ª DP. Esse número é maior que o mesmo período de 2016 e 2015, quando a Polícia Civil contabilizou 69 e 91 furtos, respectivamente, no município.  

Outros índices de violência, porém, tiveram ligeira queda em abril. As planilhas mostram que foram registrados 19 roubos no mês passado, enquanto que no mesmo período de 2016 foram 24 casos - uma redução de 20,8% nesse tipo de crime, que, na maioria dos casos aconteceu com pedestres, residências e estabelecimentos comerciais.

A delegacia não registrou mortes violentas, que inclui os casos de homicídio doloso (quando há intenção de matar), latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte e homicídios decorrentes de oposição à intervenção policial (autos de resistência) no mês passado na cidade. Em abril de 2016, porém, houve duas mortes em autos de resistência.

Ainda comparando o período, o número de estupros caiu de 6 para dois casos; e estelionato, de 15 para nove. Lesão corporal dolosa também caiu de 87 para 84, mas lesão corporal culposa subiu de 24 para 29 ocorrências no mês passado. Extorsão subiu de 3 para 4 casos; e estelionato caiu de 15 para 9 registros na 151ª DP. Ameaça também teve queda de 110 para 86 registros.   

A produtividade policial aumentou em abril deste ano. Houve 36,1% de prisões (com entrada no sistema prisional) a mais em comparação com o ano anterior. Situação diferente ocorreu quanto às apreensões de adolescentes encaminhados ao sistema socioeducativo: queda de 57,8%. A apreensão de armas se manteve estável, com quatro casos no período analisado.

Em abril e março deste, o número de ocorrências na 151ª DP voltou ao normal depois do fim da greve deflagrada pela Polícia Civil do estado em janeiro. Conforme A VOZ DA SERRA mostrou, os registros de fevereiro divulgados pelo ISP, caíram pela metade devido à paralisação da categoria. Naquele mês, foram feitos 333 registros de ocorrência. Já em março e abril, os números subiram 635 e 549, respectivamente, após o fim da greve.

Os agentes suspenderam a paralisação depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a greve de servidores públicos da área de segurança pública. Os policiais cruzaram os braços por causa do atraso no pagamento do 13º salário, do extra (o Regime Adicional de Serviço - RAS), das premiações por produtividade e também devido às condições de trabalho nas delegacias.

Diferente de outras categorias do funcionalismo estadual, os policiais civis receberam, nos últimos meses, os salários integrais e em dia. O governo do Rio de Janeiro alega que a melhora do quadro depende do  Plano de Recuperação Fiscal dos estados e municípios em crise, sancionado na última sexta-feira, 19, sem vetos, pelo presidente Michel Temer.

A medida permite que estados com alto grau de endividamento e problemas de caixa tenham o pagamento da dívida com a União suspenso por três anos, prorrogáveis por igual período, desde que atendam às contrapartidas da proposta. Após esse período, os estados voltam a quitar seus débitos, mas ainda com parcelas reduzidas.

Nesta segunda-feira, 22, o governador Luiz Fernando Pezão se reuniu com sua base de apoio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para agilizar a adesão ao plano. Nesta semana, ele deverá encaminhar os projetos que contemplam as contrapartidas, como o aumento da contribuição previdenciária dos servidores estaduais, que deve passar de 11% para 14%, e a venda de Cedae, já aprovada pela casa.
 

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